quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O tempo faz meu dia

O Tempo perguntou para o tempo:
- Quanto tempo o tempo tem?
O tempo respondeu para o Tempo, que o tempo tem tanto tempo quanto Tempo o tempo tem.

Nisso, o Tempo pegou seu calibre .38 negro como a noite e, com o simples pensamento "Make my day", arrancou a vida dos braços do tempo.

Após isso, toda a humanidade caiu nos braços da incerteza que é a seleção Brasileira de futebol.

Por isso eu digo: Vai Curíntia!!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Armação ilimitada

Bendito seja o fruto desse ventre gosmento que chamamos de útero, nossa casca de ovo. Nossa geléia primeira. Quanto gosto, quanta aventura!



Sim, amigos, começo esse post com lágrimas nos olhos. Estes olhos tão pale blue, tão caídos. Olhos que já viram tudo. Com eles eu dedico todos os agradecimentos por ter nascido, por ter sido radicado como ser humano – com tele encéfalo desenvolvido e polegar opositor. Alegria, alegria!



De bobeira é que eu não estou, o problema é que o foco estava muito bem ajustado nessa temporada sem postagem, sem alegria. Monótona como as irmãs da Margie Simpson. Mas agora o assunto guinou, a pauta foi restabelecida e o ganha-ganha está no ar.



Ganho eu, ganha você. Eu com a alucinação da minha verborragia alagando a sua cuca e você com o incremento desnecessário de hipertexto quase esparramado.

Mas, vamos falar de Eyewear, ou a pauta da vez. Roupa de olho. Ou o substituto imediato e maroto ao colírio nosso de cada badego (ou pandeiro do samba do criolo doido). Sim é de óculos que eu escrevo, e sobre esse delicado objeto a quem dedico as próximas linhas.



Vamos começar com a familiaridade. Antes o óculos, era monóculo, lente ou esferas de vidros. Como primos, temos o binóculo, o telescópio e o microscópio, estes dois últimos de parentesco mais distante. Também temos exemplos claros na literatura e no cinema de óculos para ciclopes, óculos sem hastes e óculos com dois tipos de lente: estas, mais de sol e estas, Pederneiras, mais de claridade.



Volta foco. Quem nunca usou o luneto escuro para esconder aquela maresia jamaicana que jogue a primeira pedra! Eu ainda sou a favor de sunclasses em pleno expediente, para driblar aquele soninho que pega de jeito a população corporativa após o almoço.



Ainda vale um óclinho de borda e lentes grossas para chegar na pepeca (ou periguete sapeca) que curte um cinema alternativo. Um lance cult. A guria que se amarra em Sartre e Beuvoir, que tem tesão pelo Gael e pelo Brando. Que tá afim de fugir para Londres e catar uns francesinhos de sotaque e Gouloises fumacentos. Para esse tipo de fêmea, dou a dica, borda nelas. Ai eu quero ver se o bicho não pega.



Mas, você, jovem empreendedor corporativo, menino de visão. De vontade. Que nada sabe sobre a fase católica do Bunuel, ou nunca desfrutou do horror cru de Argento, pode catar a muguegada com óculos. Não o de borda. Não a espécie de fêmea culta, que coabita a região da augusta.

Mas sim a menina sarada, cheia de disposição para a pista e para o Creo. A mina de academia. essa sim tem ancas dignas de corte. Essa sim sabe suar a camisa para (como dizem muitas com quem converso) ficar gostosa para o namorado. Ou ficar gostosa para se jogar na pista e (gata) A-RRA-SAR. Elas merecem um mancebo de requinte e biceps em dia, abdome de tanquinho e coxas de estivador. Ou um hype-moderno óculos de haste de fibra de carbono da pérsia e lentes transitions que não só escurecem com o escesso de luz, como também deixam seu semblante muito a cara do Vin Diesel ou do Kelly Slater. Coisa de macho, forte, mas coisa de quem não nega a miopia e o amor descarado pelo sexo oposto.



Em último e nada menos importante. É hora de reviver os óculos que marcaram época. Você sabe, você conjuga. essa época do pós moderno, do hyperama, do comofas, do bjomeliega pede óculos.



Clamam por óculos esses pagãos do neo-pop, da celebridade sem privacidade. Mas como o momento dessa turma é o momento do momento de agora (ou de antes(ou de depois)) vale qualquer coisa, desde que esteja em sintonia com o imediatismo da parada. Let me explain. Para ser in, cool ou cobra você tem que saber pegar a bola quicando e acertar ali, na caixa. Se for para barbarizar e fuzilar na barba longa, na jaqueta de couro, seu óculos ou é igual ao do Morisson, ou você está out. Mas se você quer sair com 2 cores primárias no tenis, calça de bordado cinza e moleton laranja, ou seu óculos (fino) é igual ao do brô do Hot Chip, ou você não sabe se vestir. Se é pra ser (BEE) tem que ser direito. Ai vale revivals de óculos do Bob Dylan até os mais que chics neo-retros italianos. Ai, gata, se é pra sair assim fica em casa.



Bem, essa foi a toada de jeito/maneiras de você não fazer feio na BEWARE ou pelo menos ter assunto com a gatinha quando estiver lá.




- Mina, que festa louca esssa de óculos. Eu que não sou miope estou vesgo de amor por ti, curintia.

- Gato, que arraso esse eu óculos de ano novo. Que revival, isso é tão anos 2000.

- Ah gata, eu me arrumo para qualquer situação. Como faço para me arranjar seu coração ?

É assim que vai ser o pancadão B.E.W.A.R.E. @ Torre, com deejays seletos, mulhres guapas e muchachos eufóricos.



Esqueça as olimpíadas. Lá, o máximo que você vai conseguir são óculos de natação. De um tapa na sua miopia de amor, no estrabismo de foco e no daltonismo de tesão.

Se jogue na Beware. De óculos. Você não bateria numa pessoa de óculos, bateria ?



Pimba!

Vá lá:

Sábado, 16, na torre do dr. Zero. R$ 10ão e um par de armações para sorrir e ser visto.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Diamante? Meu negócio é manganês

Diamantes, pffff. Pedrolas pretensiosas supervalorizadas pelo gênero frágil. O negócio é


Diamante de rola, é cu. Só serve pra fazer super lasers e causar aflição pelo mundo inteiro, assim como o Leonardo descobriu no filme-denúncia-Datena Diamantes de Sangue. Na produção, uma dupla muito louca causa muita confusão quando tentar vender aqueles diamantezinhos espertos pra um vilão muito malvado. Serão altas aventuras entre moribundos aidéticos, mutilados e desnutridos em pleno coração da maravilhosa África, diversão garantida pra toda família.

A única coisa realmente benéfica sobre os diamantes são aquelas bodas, sabe? Aquela, antes das de cobre e depois da de Cereja, os heróicos 60 anos de casados. São 262800 manhãs acordando ao lado da mesma pessoa. E, se você conseguir alcançar essa lustrosa marca, chegar nas bodas de aveia (72 anos), de café (79 verões) ou pêra (88 primaveras, sem leite) fica muito mais fácil! Mas isso apenas ilustra que aveia, café e pêra (sem leite) são melhores que diamante.

Por isso que eu prefiro o Manganês. Seu simpático símbolo Mn, seu sutil número atômico bem distribuídos entre 25 prótons e 25 elétrons e uma voluptosa massa atômica de 55 u fazem dele a paixão nacional entre os moradores do grupo 7B da classificação periódica dos elementos. Praticamente o Corinthians da química, esnoba aquela biscate do carbono que, apesar de estar em todas as coisas orgânicas, insiste em virar diamante. O manganês faz pilha, é o terceiro metal mais abundante na crosta terrestre, sá-sá-sábado e domingo solta pipa e joga bola...precisa dizer mais?

Se você ainda acha o diamante grandes bosta (link), saiba que descobriram que uma das famosíssimas estrelas anãs brancas pulsantes, chamada BPM37093, é inteiramente feito desse mequetrefe pedregulho. É só andar 40 quatrilhões de km, quase como a distância São Paulo – Joanópolis, levar a sua broca e tirar seu teco. Levar argila lá deve fazer muito mais sucesso, ainda mais pq, todo mundo sabe, em estrela anã quem tem barro é rei.



Se tiver preguiça ou TCC pra fazer, pode ir mais perto. Ali no rêgo do mundo, mais conhecido como Sibéria, você pode descer, passar o Inferno, virar a direita em Hades e encontrar o seu. Aí você descobre porque tão caro, não necessariamente por serem bonitas e em displays chiques da Antuérpia.




Então essa é sua chance. Vá lá na Festa do Diamante e se desfaça de toda esse glamour montado. Jogue seus diamantes para cima e confunda-os com os tecos de vidro, tudo regado a muito suor, vômito e alegria.

Liberte-se, beibe.

Diamante-tê-ô

Certo dia, estava eu em meu quarto, em plena tarde de terça-feira (sim, sou levemente vagabundo), trajando meu pijama, ouvindo o rádio no talo, dançando em frente ao espelho e fazendo coreografias pra lá de sensuais.

Eis que a música acaba e a voz do locutor anuncia: “Atenção ouvintes e ouvintas da Rádio Continental, é agora. Chegou a hora de ouvir a música que todos estavam esperando, o hit do momento. Som na caixa!”



Glamurosa, rainha do funk
Poderosa, olhar de diamante

Nos envolve, nos fascina, agita o salão
Balança gostoso requebrando até o chão (bis)



Naquele momento, ao ouvir aquela bela melodia e tão profunda letra, o tempo parou. Tudo ficou em câmera lenta. Eu não conseguia dançar, estava paralizado. A única parte de meu corpo que se mexia, mesmo que muito pouco, eram meus olhos, que tremiam enquanto lágrimas me escorriam a face. Encostei as costas na parede e fui deslizando, até sentar no chão, por onde fiquei aos prantos, por longas quatro horas.


Até hoje, não sei ao certo o que me causou esta reação tão ridícula. Acho que me vi, me enxerguei naquela música; glamuroso, poderoso, balançando gostoso e requebrando até o chão. Mas havia uma coisa, um pequeno detalhe naquela letra que destoava em relação à minha personalidade: o olhar de diamante.


A partir daquele momento, o grande objetivo de minha vida passou a ser conquistar esse tal de olhar de diamante, eu queria ter essa magia em meus olhos. Confesso que passei horas em frente ao espelho, ou mesmo tirando fotos do meu rosto com a máquinha digital, treinando e experimentando diversos tipos de olhares, em busca daquele que mereceria o título de “Olhar de Diamante”.


Escolhi os melhores candidatos e fui às ruas, para testá-los, para saber se eles exerciam o poder esperado. Resultados:

  • Uma garota me deu um tapa na cara.

  • Uma velhinha correu atrás de mim, tentando me bater com a bolsa.

  • Um cãozinho enfiou o rabo entre as pernas e fugiu em disparada.

  • A moça da farmácia abriu o caixa e disse que eu podia levar todo o dinheiro, mas só implorava para que eu não a machucasse.

  • Um policial me prendeu, por desacato a autoridade.


Quando saí da cadeia, resolvi desistir disso tudo. Decidi que era melhor ir estudar, trabalhar, arranjar uma namorada, coisas que as pessoas normais fazem. E foi o que eu fiz. Hoje tenho uma vida normal, sou um cara normal, faço coisas normais.


Até que, outro dia, fiquei sabendo da nova festa BEWARE, e que o tema da vez era Diamantes. No mesmo instante, uma luz me iluminou. Era uma luz de brilho intenso, como que se refletida num diamante. A lembrança voltou a minha mente e pensei:


“É agora! Essa é chance! Chega dessa minha vidinha “de aparências”. Vou atrás do meu sonho, da minha verdadeira razão de existir. Sábado, dia 14, 23 horas, na Torre. Esse é meu destino. Essa é minha meta. Vou achar meu olhar de diamante, seja em mim mesmo, seja nos olhos de alguem, seja no espírito de quem luta por um ideal, mas vou achar... E quem comparecer, verá.”

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Jóias de São Paulo

Hai!

Muito bom encontrá-los todos aqui novamente. Sejam vocês todos quem quer que sejam.

Sim, eu não conheço vocês. Bom, acho que não conheço.

De qualquer maneira, venho aqui agraciá-los com mais um texto, mais uma anedota.

Antes de tudo, devemos nós começar com uma lição de história. Mas histórias diferentes.


Disney, todo aquele reino de magia, contos de fadas, morais, blood, sweat and tears. Sim, muito esforço também, pois nada se conseguia sem muito esforço. Mas falemos das princesas, senhoritas tão belas, donas de cabelos cintilantes, educação sem par e histórias tristes para contar. Sempre caem, em sua inocência, em um turbilhão de sentimentos que misturam amor, maior que tudo, ódio e vingança. Sempre são seqüestradas e, em sua grande maioria, são levadas para uma Torre. Não consigo enumerar aqui quais são e quais não são. Rapunzel? Princesa Fiona? Quem mais se candidata? (Ps. Príncipe com alazão branco, solteiro, 20 anos. Procura)

É amigos, Torres são cenários de tantos acontecimentos que é impossível numerar quantas histórias, quantas eras essas viram passar. Mas voltemos às princesas.

Tão lindas e graciosas essas se contentam simplesmente em dançar, cantar e amar. Algumas, como a Ariel, gostam de se aventurar, mas ela é rebelde e já começa o filme princesa. A Fiona também não é flor que se cheire, convenhamos. Diz pra ela que você não vai lavar a louça e espere 2 de direita e 3 cruzado. Mas a maioria das princesas tem algo em comum: São raptadas, são levadas pelo MAL para um confinamento longínquo, em um sono profundo de tal torpor que jamais acordarão enquanto não receberem o beijo de um príncipe. E lá repousam, esperando o dito cujo, rodeadas de riquezas, com uma coroa, cravejada com as mais belas pedras, repousando em suas cabeças.

É muito comum estarem rodeadas de ouro, prata e o que mais for, afinal de contas elas são princesas, precisam do luxo todo. E, acredito eu, esses tesouros também servem para tentar desviar a atenção dos bravos príncipes que vão ao resgate. Não que isso seja mencionado alguma vez em alguma história, o rapeize já tem o castelo, o reino, as minas de ouro, prata e o que mais lhe vier na cabeça. Além de pessoas trabalhando quase de graça. Que diferença faz mais um baú recheado de moedas de ouro, quando você não tem nem meios de gastar tudo isso? Ganância não combina com contos de fadas.

Bom, voltemos ao foco: Princesas e ao seu local de confinamento.

Essas repousam sobre o leito, nunca perdendo a cor (Branca de Neve nunca teve mesmo), nunca perdendo a graça, nem a coroa. E, se olharmos mais atentamente esse adereço, eu pareço me lembrar que são somente pedras multicoloridas. São princesas do reggae, essas aí. Ou talvez não sejam dignas o suficiente de usar um diamante? Nem um cristalzinho. Mas o mais importante é: Por que não um diamante? Nessa Torre, tão bem guardada por terrível dragão, hidra, mastodonte que seja, tão imensa e imponente, não é oferecido um simples diamante para a princesinha. A resposta é simples: A princesa é INDÍEGNA! Repita comigo, corte um pouco o som do segundo “í”, force o sotaque e fale: INDÍEGNA! Pode até falar mais pausadamente se preferir. O show é seu!

Sim, amigos, princesas não são dignas o suficiente para morar em Torres, esse lugar tão sacro. O salão pode ser a parte que mais viu pessoas em toda sua vida, viu muita alegria, mas também tristeza. A sala do trono nada viu senão incômodos ao rei. Mas a Torre... Ah, essa assistiu a tudo isso, e viu mais, foi mais longe. Viu o que acontecia muito além de onde até mesmo o rei ou imperador, fosse ele dono do mundo inteiro, conseguia ver. Elas tocavam o céu e a terra, presenciavam os mais diferentes acontecimentos, escutavam as mais estranhas conversas, conheciam as mais alternativas pessoas. E o pior, ninguém nunca soube o que se passou em seu interior, em seus tempos de glória.

Já dizia o grande poeta, Owl Jolson, da corte imperial de Vila Madalena, em 937 D.C: O que acontece nA Torre, fica nA Torre. E lá fica mesmo.

Mas eis que existe uma história, que se repete a cada muitos e muitos anos em nosso país. É rápida, prometo.

Uma festa acontecia nA Torre, em ano já esquecido, e dentro dela se encontravam uma série de amigas. Algumas com adereços, esses sim de diamante, algumas com seus maridos, outras com tesouro qualquer que fosse. Acontece que, existia uma que não possuía tesouro algum, e sentia-se prejudicada. Mas teve uma idéia, esperta como era.

Aproximou-se da possuidora da mais bela coroa, olhou bem nos olhos e disse com tal firmeza que ninguém nunca conseguiu imitar o tom de sua voz: INDÍEGNA! E tomou-lhe a coroa. Nada mais justo, se a outra não era digna de se apropriar de tal incrível pedra, tal incrível adereço. Diamante não é pra qualquer uma não.

Mas a que perdeu a coroa não se abalou. Nem tentou lutar pela coroa, ela desejava outra coisa, seu coração fervia por algo que, antes dessa tomada da coroa, lhe parecia inalcançável. Eis que se dirigiu para uma princesa e seu belo acompanhante, moreno, 1,75m, que tomava catuaba poderoso e tinha músculos tão fortes que o mero ato de levantar o braço para beber o elixir da masculinidade lhe rasgava as mangas. Pois bem, a descoroada olhou bem para a cara de sua amiga e disse-lhe: INDÍEGNA! E tomou-lhe o bofe.

Após isso não preciso dizer o que aconteceu. Nenhuma princesa era digna de praticamente nada. E então 3 coisas foram banidas do reino naquela ocasião: Festas nA Torre, Diamantes e Catuaba.

Agora retornemos para 2008 e até olhemos para o futuro. Dia 14 de Junho, um sábado, todas essas coisas retornam à nossa cidade, com muito glamour, graças a um bando de jovens transgressores e muito festeiros, que estão dando o que falar. Eu mesmo já falei sobre eles aqui, já fui a um evento deles. É garantido! (ainda mais se tocar Queens of the Stone Age de novo)

Festa na Torre, aquela mesma, na rua Mourato Coelho, 569, Vila Madalena – São Paulo/SP, 23 horas. O tema da festa é Diamantes, ou Diamonds. Muito l.u.s.h.o, glamour demais. Vá você, menina moça, ainda uma flor do campo, vista sua melhor pedra, seja no anel, no brinco, na gargantilha, na tiara, no lugar do olho de vidro! Mas mostre pras suas amigas o quão DÍEGNA você é.

E vá você também, garanhão, conquistador (sotaque espanhol nesse último). Suba em seu alazão branco e não tema nada, pois não existem perigos lhe esperando. Somente um mar de Catuaba, muita gente bonita e bons momentos. Se Catuaba não for seu forte, tem o que mais o seu coração desejar.

That’s it! Festa da Beware. Essa é diferente porque o pessoal vai tocar de casal, e ouvi falar de djs gêmeas tocando. Eu não sei se agüento tanta informação, tanto... Bom, tanta diversão! O Line-up e tudo mais você vê no flyer aqui embaixo, essa coisa fina.

E, por favor, compareça!

O Diamante




O diamante é uma pedra transparente como o vidro, dura como uma rocha, reluzente como o espelho e cara como a vida. Os diamantes são fruto de milênios. Um pedra demora muito para se formar, pois a mesma é construída na base dos esquema de carbono que nós tanto desenhávamos nas aulas de química.



Um outro fato notável dessa pedra tão simétrica é a capacidade de reconhecer uma verdadeira de outra falsa. O ourives ou o agiota possuem uma técnica especial para ver valor ou não nos cacos de vidro que lhes são apresentados. Imagino que essa capacidade visual seja inata no ser humano e vai além das jóias. Ronaldo, por exemplo, carece de foco cognitivo suficiente para reconhecer uma mulher de uma não-mulher. Caras como esse só tem a perder quando querem comprar alguma coisa brilhante.



Mas o que você sabe sobre diamantes?



Diamante é arte.



Na história do cinema, poucos filmes conseguiram chegar tão longe nos significados da vida e da existência (da arte) como Congo. A película, conhecida por passar nas noites de Tela Quente e agora freqüente no Intercine, trata da disputa entre os homens e sua ganância contra a pureza rústica dos símios. O motivo de tanta crueldade e mortes violentas: os maiores diamantes que incrustam os sebos da terra.



Acho o filme formidável. Confesso que chorei como um bebê com a tela preta. O homem contra a sua espécie primeira em planos de puro verde e preto faz dessa fita uma obra de arte. A história densa e violenta ilustra a passagem de um plano inconcebível para montar uma máquina de raios lazer hiper-potente, tudo só seria possível se um Big Diamond fosse usado como prisma.



O grau de dramaturgia e interpretação que atingem os macacos nesses noventa minutos me lembraram muito o dos personagens de Antonionni e seu eterno conflito com o vazio existencial. A pequena Amy é uma prova disso, alia-se aos humanos e é socorrida pela protagonista. Amy chega a chorar, a falar e a pedir por carinho. Uma verdadeira criança sabichona no mundo dos homens – me parece muito com Maísa, a menina de ouro do SBT.



Mas se você pensa que diamante é coisa de brutos e de trilhardários, se engana. Além de ser algo complementar a qualquer vestimenta de luxo, a pedra preciosa também pode servir de custeio de amantes, periguetes, namoradas, meninës, bofes, bichas pão com ovo, e outros tipos de acompanhantes.



Como é dito pela desciclopédia, diamante tem um sentido lógico, é di(dinheiro) + amante. Dinheiro das amantes. Afinal fica feio manter aquela mina 20 anos mais nova na base da mesada neh? Dá um colarzinho, e vai pro motel. Oferece um anelzinho, e chama a amiguinha! Oooh diliça. Oooh que maravilha. O diamante abre fronteiras na moral alheia, reduz o pudor amoroso e aumenta a libido sexual.



Outro exemplo das telas é o inesquecível Titanic. Filme de gente fina, gente bonita, gente que tem mais de 2 empregadas e quatro carros em casa. Os pobres ficavam nas ratoeiras do navio enquanto a nossa Julieta cedia a rabiola para o Romeo pé rapado no banco de trás. Quanto luxo.



No filme ilustra-se o ultimo uso do diamante, o de pedra filosofal. Inicialmente era usado como arma de chantagem para fazer com que Kate casasse com o Fantasma, mas depois é usado como subterfúgio para que ouvíssemos, assistíssemos e dormíssemos por mais de 3 horas de lembranças de uma velhinha – que antes de morrer ainda joga a pepita nas águas do oceano, como se isso fosse aliviar seu amor interrompido, como se isso fosse faze-la jovem novamente, como se isso compensasse a diferença social do casal, como se isso representasse alguma coisa. Mulher burra! Dá mais uns 2 aninhos ela vai pro saco e os netinhos ficam sem herança para manipular as suas ninfetas!

Vê se pode!



Enfim, agora você pode também. My heart will go on. O seu também pode ir. Não, não estou convidado para uma rapidinha no interior do meu calhambeque, chamo para a festa do diamante. A festa da pedra mais dura e bem projetada da humanidade. Ainda vai ser na Torre, dia 14, lugar onde a mística da Lucy in the Sky ainda reina absoluta. Traremos, pois, nossas pedras tão preciosas.



Não precisa roubar a sua santa vovozinha e levar aquele manto de diamantes no colo. Hoje você encontra diamantes praticamente em qualquer lugar. Veja nos dentes dos Hip Hopers americanos, nos celulares mais admirados, em chocolates, no jogo do Megaman ou no do Sonic.



Vem que vai ser um luxXxo

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Cenas que antecedem momentos históricos

Los Angeles, EUA - 16/07/1994 - 20h12





Washington, EUA - 05/08/1945 - 23h47





Kabul, Afeganistão - 10/09/2001 - 14h31

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Colete, um gesto de compaixão.

O colete foi visto pela primeira vez na Babilônia, no século IV ac. Lá existia um alfaiate chamado Turk. Certo dia, Turk recebeu em sua oficina a inesperada visita de um pobre menino órfão, que não tinha dinheiro se quer para comprar algo para vestir e vivia andando desnudo para lá e para cá. O menino pediu que Turk costurasse uma roupinha para ele, mas o alfaiate disse que não era possível, pois ele estava passando por uma situação financeira complicada e não podia fazer nada de graça.

Naquela noite de ventos gélidos, Turk não conseguiu dormir pensando no frio que aquela miserável criança estava passando, sem ter uma roupa para protege-la. O homem resolveu ficar pelado para ter a noção exata do sofrimento vivido pelo infante. Foi quando ele percebeu que os lugares onde ele mais sentia frio eram as pernas e o tronco, mas nos braços o frio era suportável. Então ele pensou: “Pra que preciso de mangas em minhas camisas?”.

Imediatamente, ele desceu até a oficina e começou cortar todas as mangas de suas roupas, e com o tecido das mangas ele costurou um modelito fashion para o garoto.. Daquele dia em diante, Turk só foi visto com suas blusas sem mangas, que ele deu o nome de colete. A história de Turk foi contada de geração pra geração e a sua atitude solidária, de não pensar apenas em si próprio, mas no grupo e na comunidade, foi denominada Coletividade.

Hoje chamamos de Coletividade tudo aquilo que se refere à integração de um grupo de pessoas. Um esporte coletivo é aquele onde se usam coletes para diferenciar o seu time, do time adversário.

Nos tempos de escola, era comum eu usar esses coletes na educação física. Mas os coletes do meu colégio não eram esses feitos desse material leve e sintético. Eles eram de um tecido grosso, fétido e encardido, que ficava impregnado com o suor da criançada. Alguns diziam que os coletes eram lavados de 15 em 15 anos. Se você desse sorte (ou nesse caso, azar) você estudaria do pré ao 3º colegial sem jamais usar um colete limpo. Outra teoria é que os coletes eram feitos a partir do reaproveitamento do tecido das cortinas velhas. É por isso que nos dias de calor, o negócio era fazer time com camisa e sem camisa.

Outro colete que me chama a atenção é o a prova de balas. Quem nunca suspirou aquele “ufa!” quando após seu herói preferido tomar uma bala no peito, ele levantar normalmente, rasgar a camisa e mostrar que está usando um colete desses, para desespero do vilão. Se eu fosse um cara importante ou um personagem de filme de ação, usaria esses troços o dia inteiro, pra dormir, pra ir ao banheiro, até na praia. Pois nunca se sabe quando você pode sofrer um atentado, sem falar que a marquinha de sol que o colete deixa é de um charme fora do comum.

E essa aí é a Toni Collette. Ela é uma atriz de cinema que ficou conhecida principalmente por suas atuações nos filmes O Sexto Sentido e Pequena Miss Sunshine. No primeiro ela interpretou a mãe do menininho e no segundo ela era a mãe da menininha. Em ambos os casos, ela assumiu o papel de uma figura materna assustada e perdida, mas que tinha de se manter forte para segurar as pontas de sua excêntrica família. Pensando sob esse aspecto de cuidar da família, ou seja, do grupo, do coletivo, podemos dizer que Toni Collette honra o nome que tem.

Agora chegou a sua vez de honrar as calças que veste, e o colete também. Sábado, dia 10/05 tem Festa do Colete, lá na Torre as 23h.


Corpete ou corselete.

Eu achava que corpete era coisa de modernet que deixou de ser gótica pra virar femme fatale junkie. Corselete eu nunca soube direito, mas acho que é aquela meio lingerie, muito de realizar fantasias. Naughty naughty.

Não ilustro as divagações por prezar pela família brasileira e todas as nossas grandiosas instituições como o Estado (ou PT, nóis e o Lula sempre confundemos), a Igreja e o mito de São Sebastião. E também por estar no trabalho, que pega mal ficar abrindo fotos de peitinhos saltados e beldades sensuais.

Mas sobre o corpete, apesar de derivar com milhões de adjetivos que pareçam hostis, eu gostcho mutcho! É aquela veia que aflora ao ver moçoilas desfilando suas vergonhas ao meio de tatuagens e franjinhas, tudo bem apertado e jogado pro alto, um desbunde de busto.

O corselete já é mais intimicuticulino, uma coisa pra dois (ou três, ou cinco, ou oito, seguindo na PG do absurdo).

Mas um ponto convergente para os dois acessórios femininos é a isca. Para pegar qualquer uma disposta a usar um dos dois, seja transformista, travesti ou menina mesmo, está sendo utilizado um comum item caído em desuso a muito tempo, que vem sendo resgatado - com um forte cheiro de naftalina e mofo - pelos modernos.

Le Coletê. The Vest. Der Koleter. Jim Sakamoto. O Colete. Agora é hora de brincar de pai! Cace no baú do pessu mais vivido aquele acessório que ignora a questão mangas, mas esnoba no quesito estilo. Risca-de-giz, chumbo liso, verde limão, amarelo manga, vermelho aveludado. Seja qual for seu tipinho pseudo, o colete agora torna-se objeto de vanguarda. E essa antiga vanguarda, que agora volta a ser nova, é algo apetecível aos seus contemporâneos


Essa aeróbica lisérgica de Jesus postada abaixo é pureza de estilo. O mestiço puro.

Bring it down! Oh oh oh-oO-ooh (fundinho musical do Ghostbusters)
Stop.
Hammer time!

Se o Renato, ilustre colaborador do FaFo, fosse negro, ele seria igual ao McMartelo.
Pena que é branquelo como um bigatinho.


Não resisti

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Can Touch This



Há!

MC Hammer.

Esse homem fez história.

Esse homem é um (mal) exemplo.

Homem de origens negras e fala suburbana, Hammer começou do nada. Nonada ele fez o Hip Hop virar hit. Virou moda dançar com a alegria e os popozões dele, o pai de uma das danças mais energéticas do mundo.

You can't touch this - segue o pianinho -; Que diálogo com os dias de hoje. Dias tão insulflados pela tecnologia e pelo acesso coletivo à coletividade. Mas em mim não, você não toca nisso. Pra cima de Moiiii ?? - diria a boa amiga moderninha com sotaque franco-augusteño.

Hammer tinha tudo, ele foi o cara. Relaciono Hammer com a fortuna de Beckham e o cérebro de Amaral - meia do parmera, vasco e outros -, que além de feio não sabia somar um e um.



O MC seria um jogador impar, garanto. Com suas saidas de pernas para os lados, ele daria um bom volante, quiça ponta de lança. Hammer optou pelo gheto e pela poesia, afinal nos EUA ser soccer player é como ser jogador de Handbol no Brasil.



Quando fez seu primeiro milhão, Hammer comprou uma mansão avaliada em 50. Nada mais sensato, na cabeça de um bagre negro: já viu alguém que é milionário ficar pobre do dia para a noite ? não. E outra idéia do cacete temperou suas ambições: todo rico, sempre fica mais rico.

Hammer faliu em meses. Nunca mais fez sucesso e hoje deve cobrar uns 10 barão para aparecer na sua festa de 15 anos ou para animar o alojamento dos jogos universitários das faculdades de administração do Kentucky.



Mas o que aprendemos com isso ? Eu confesso que aprendi a dançar (à la Hammer) e a curtir o fino do Hip Hop.

Mas não é só nisso que pretendo me deter! Chego lá, garanto.

Vamos. Um astro pop não deixa somente um refrão que perdura por séculos no nosso inconciente auditivo. Ele deixa estilo.

Há! You can't touch this.

Estilo é que nem ter um penis de 22cm. Ou você tem, ou não tem. Ou mente que tem. Ou faz uma cirurgia e diz que tem (mas não que fez cirurgia).

Dançar é fácil, quero ver se vestir com coletinhos e calças fantásticas - uma mistura de balão, calça baggy, polainas e elasticos. Tem coisas que só Hammer pode usar.



Ou como diz o bicha que conheci outro dia: Querida, ok usar polainas, mas tem coisas que só o David Bowie pode, só ele.



Só Bowie, Só Hammer.



Agora é a hora de você também poder. You Can Touch This. Hora de usar aquela peça de roupa que a vovó deu pra vc no natal e, sorrindo e pensando em passar na C&A para trocar no dia seguinte, você disse: Valeu, véia, tava precisando de um colete.

Colete pega, meu fio. Colete para o frio e para o bem estar dos meus olhos cansados de poluição e penteados argentinos. O bom do colete e dar aquele abracinho interno, aquele friozinho; inclinar a cabecinha no colo da criança. É quase gol. Usar colete é como andar bebado na grande área. Bobeou é penal.



Você não viveria sem colete. Proteção da malha com a devassidão da regata. É com colete que não se leva bala. É com colete que não se afoga. É no colete que se esconde o relógio de bolso e a cartela de cigarrilhas.



Não adianta, de colete tudo fica um pouco mais paulista. Semanda de 22, época do café. Eles usavam colete, a cidade arrasava. E, na minha opinião, São Paulo hoje é Nova York no anos 70. Um colete e um pouco de requebrado pode ajudar a içar tudo para os 80, neh bee ?