quarta-feira, 7 de maio de 2008

Colete, um gesto de compaixão.

O colete foi visto pela primeira vez na Babilônia, no século IV ac. Lá existia um alfaiate chamado Turk. Certo dia, Turk recebeu em sua oficina a inesperada visita de um pobre menino órfão, que não tinha dinheiro se quer para comprar algo para vestir e vivia andando desnudo para lá e para cá. O menino pediu que Turk costurasse uma roupinha para ele, mas o alfaiate disse que não era possível, pois ele estava passando por uma situação financeira complicada e não podia fazer nada de graça.

Naquela noite de ventos gélidos, Turk não conseguiu dormir pensando no frio que aquela miserável criança estava passando, sem ter uma roupa para protege-la. O homem resolveu ficar pelado para ter a noção exata do sofrimento vivido pelo infante. Foi quando ele percebeu que os lugares onde ele mais sentia frio eram as pernas e o tronco, mas nos braços o frio era suportável. Então ele pensou: “Pra que preciso de mangas em minhas camisas?”.

Imediatamente, ele desceu até a oficina e começou cortar todas as mangas de suas roupas, e com o tecido das mangas ele costurou um modelito fashion para o garoto.. Daquele dia em diante, Turk só foi visto com suas blusas sem mangas, que ele deu o nome de colete. A história de Turk foi contada de geração pra geração e a sua atitude solidária, de não pensar apenas em si próprio, mas no grupo e na comunidade, foi denominada Coletividade.

Hoje chamamos de Coletividade tudo aquilo que se refere à integração de um grupo de pessoas. Um esporte coletivo é aquele onde se usam coletes para diferenciar o seu time, do time adversário.

Nos tempos de escola, era comum eu usar esses coletes na educação física. Mas os coletes do meu colégio não eram esses feitos desse material leve e sintético. Eles eram de um tecido grosso, fétido e encardido, que ficava impregnado com o suor da criançada. Alguns diziam que os coletes eram lavados de 15 em 15 anos. Se você desse sorte (ou nesse caso, azar) você estudaria do pré ao 3º colegial sem jamais usar um colete limpo. Outra teoria é que os coletes eram feitos a partir do reaproveitamento do tecido das cortinas velhas. É por isso que nos dias de calor, o negócio era fazer time com camisa e sem camisa.

Outro colete que me chama a atenção é o a prova de balas. Quem nunca suspirou aquele “ufa!” quando após seu herói preferido tomar uma bala no peito, ele levantar normalmente, rasgar a camisa e mostrar que está usando um colete desses, para desespero do vilão. Se eu fosse um cara importante ou um personagem de filme de ação, usaria esses troços o dia inteiro, pra dormir, pra ir ao banheiro, até na praia. Pois nunca se sabe quando você pode sofrer um atentado, sem falar que a marquinha de sol que o colete deixa é de um charme fora do comum.

E essa aí é a Toni Collette. Ela é uma atriz de cinema que ficou conhecida principalmente por suas atuações nos filmes O Sexto Sentido e Pequena Miss Sunshine. No primeiro ela interpretou a mãe do menininho e no segundo ela era a mãe da menininha. Em ambos os casos, ela assumiu o papel de uma figura materna assustada e perdida, mas que tinha de se manter forte para segurar as pontas de sua excêntrica família. Pensando sob esse aspecto de cuidar da família, ou seja, do grupo, do coletivo, podemos dizer que Toni Collette honra o nome que tem.

Agora chegou a sua vez de honrar as calças que veste, e o colete também. Sábado, dia 10/05 tem Festa do Colete, lá na Torre as 23h.

Um comentário:

Unknown disse...

Toni, pode dar, to de Collete.