segunda-feira, 5 de maio de 2008
Can Touch This
Há!
MC Hammer.
Esse homem fez história.
Esse homem é um (mal) exemplo.
Homem de origens negras e fala suburbana, Hammer começou do nada. Nonada ele fez o Hip Hop virar hit. Virou moda dançar com a alegria e os popozões dele, o pai de uma das danças mais energéticas do mundo.
You can't touch this - segue o pianinho -; Que diálogo com os dias de hoje. Dias tão insulflados pela tecnologia e pelo acesso coletivo à coletividade. Mas em mim não, você não toca nisso. Pra cima de Moiiii ?? - diria a boa amiga moderninha com sotaque franco-augusteño.
Hammer tinha tudo, ele foi o cara. Relaciono Hammer com a fortuna de Beckham e o cérebro de Amaral - meia do parmera, vasco e outros -, que além de feio não sabia somar um e um.
O MC seria um jogador impar, garanto. Com suas saidas de pernas para os lados, ele daria um bom volante, quiça ponta de lança. Hammer optou pelo gheto e pela poesia, afinal nos EUA ser soccer player é como ser jogador de Handbol no Brasil.
Quando fez seu primeiro milhão, Hammer comprou uma mansão avaliada em 50. Nada mais sensato, na cabeça de um bagre negro: já viu alguém que é milionário ficar pobre do dia para a noite ? não. E outra idéia do cacete temperou suas ambições: todo rico, sempre fica mais rico.
Hammer faliu em meses. Nunca mais fez sucesso e hoje deve cobrar uns 10 barão para aparecer na sua festa de 15 anos ou para animar o alojamento dos jogos universitários das faculdades de administração do Kentucky.
Mas o que aprendemos com isso ? Eu confesso que aprendi a dançar (à la Hammer) e a curtir o fino do Hip Hop.
Mas não é só nisso que pretendo me deter! Chego lá, garanto.
Vamos. Um astro pop não deixa somente um refrão que perdura por séculos no nosso inconciente auditivo. Ele deixa estilo.
Há! You can't touch this.
Estilo é que nem ter um penis de 22cm. Ou você tem, ou não tem. Ou mente que tem. Ou faz uma cirurgia e diz que tem (mas não que fez cirurgia).
Dançar é fácil, quero ver se vestir com coletinhos e calças fantásticas - uma mistura de balão, calça baggy, polainas e elasticos. Tem coisas que só Hammer pode usar.
Ou como diz o bicha que conheci outro dia: Querida, ok usar polainas, mas tem coisas que só o David Bowie pode, só ele.
Só Bowie, Só Hammer.
Agora é a hora de você também poder. You Can Touch This. Hora de usar aquela peça de roupa que a vovó deu pra vc no natal e, sorrindo e pensando em passar na C&A para trocar no dia seguinte, você disse: Valeu, véia, tava precisando de um colete.
Colete pega, meu fio. Colete para o frio e para o bem estar dos meus olhos cansados de poluição e penteados argentinos. O bom do colete e dar aquele abracinho interno, aquele friozinho; inclinar a cabecinha no colo da criança. É quase gol. Usar colete é como andar bebado na grande área. Bobeou é penal.
Você não viveria sem colete. Proteção da malha com a devassidão da regata. É com colete que não se leva bala. É com colete que não se afoga. É no colete que se esconde o relógio de bolso e a cartela de cigarrilhas.
Não adianta, de colete tudo fica um pouco mais paulista. Semanda de 22, época do café. Eles usavam colete, a cidade arrasava. E, na minha opinião, São Paulo hoje é Nova York no anos 70. Um colete e um pouco de requebrado pode ajudar a içar tudo para os 80, neh bee ?
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