quarta-feira, 4 de junho de 2008

Diamante-tê-ô

Certo dia, estava eu em meu quarto, em plena tarde de terça-feira (sim, sou levemente vagabundo), trajando meu pijama, ouvindo o rádio no talo, dançando em frente ao espelho e fazendo coreografias pra lá de sensuais.

Eis que a música acaba e a voz do locutor anuncia: “Atenção ouvintes e ouvintas da Rádio Continental, é agora. Chegou a hora de ouvir a música que todos estavam esperando, o hit do momento. Som na caixa!”



Glamurosa, rainha do funk
Poderosa, olhar de diamante

Nos envolve, nos fascina, agita o salão
Balança gostoso requebrando até o chão (bis)



Naquele momento, ao ouvir aquela bela melodia e tão profunda letra, o tempo parou. Tudo ficou em câmera lenta. Eu não conseguia dançar, estava paralizado. A única parte de meu corpo que se mexia, mesmo que muito pouco, eram meus olhos, que tremiam enquanto lágrimas me escorriam a face. Encostei as costas na parede e fui deslizando, até sentar no chão, por onde fiquei aos prantos, por longas quatro horas.


Até hoje, não sei ao certo o que me causou esta reação tão ridícula. Acho que me vi, me enxerguei naquela música; glamuroso, poderoso, balançando gostoso e requebrando até o chão. Mas havia uma coisa, um pequeno detalhe naquela letra que destoava em relação à minha personalidade: o olhar de diamante.


A partir daquele momento, o grande objetivo de minha vida passou a ser conquistar esse tal de olhar de diamante, eu queria ter essa magia em meus olhos. Confesso que passei horas em frente ao espelho, ou mesmo tirando fotos do meu rosto com a máquinha digital, treinando e experimentando diversos tipos de olhares, em busca daquele que mereceria o título de “Olhar de Diamante”.


Escolhi os melhores candidatos e fui às ruas, para testá-los, para saber se eles exerciam o poder esperado. Resultados:

  • Uma garota me deu um tapa na cara.

  • Uma velhinha correu atrás de mim, tentando me bater com a bolsa.

  • Um cãozinho enfiou o rabo entre as pernas e fugiu em disparada.

  • A moça da farmácia abriu o caixa e disse que eu podia levar todo o dinheiro, mas só implorava para que eu não a machucasse.

  • Um policial me prendeu, por desacato a autoridade.


Quando saí da cadeia, resolvi desistir disso tudo. Decidi que era melhor ir estudar, trabalhar, arranjar uma namorada, coisas que as pessoas normais fazem. E foi o que eu fiz. Hoje tenho uma vida normal, sou um cara normal, faço coisas normais.


Até que, outro dia, fiquei sabendo da nova festa BEWARE, e que o tema da vez era Diamantes. No mesmo instante, uma luz me iluminou. Era uma luz de brilho intenso, como que se refletida num diamante. A lembrança voltou a minha mente e pensei:


“É agora! Essa é chance! Chega dessa minha vidinha “de aparências”. Vou atrás do meu sonho, da minha verdadeira razão de existir. Sábado, dia 14, 23 horas, na Torre. Esse é meu destino. Essa é minha meta. Vou achar meu olhar de diamante, seja em mim mesmo, seja nos olhos de alguem, seja no espírito de quem luta por um ideal, mas vou achar... E quem comparecer, verá.”

2 comentários:

José [Zeh] Eduardo disse...

Boas tags!

Mas espero do fundo do coração que você se encontre nessa festa!

Saia dessa vidinha de aparências, saia do casulo e voe, borboleta.
O mundo será todo seu.

renato santoliquido disse...

"André é o poeta da relha fala suburbana." Renato sobre André Lopes

"Você quis dizer: Kevin Jones?" Google sobre André Lopes.

"O negócio é comer Cã e Bue$#t4 !!! hahahahahha" Frota sobre os passos da glamurosa.