segunda-feira, 2 de junho de 2008

Jóias de São Paulo

Hai!

Muito bom encontrá-los todos aqui novamente. Sejam vocês todos quem quer que sejam.

Sim, eu não conheço vocês. Bom, acho que não conheço.

De qualquer maneira, venho aqui agraciá-los com mais um texto, mais uma anedota.

Antes de tudo, devemos nós começar com uma lição de história. Mas histórias diferentes.


Disney, todo aquele reino de magia, contos de fadas, morais, blood, sweat and tears. Sim, muito esforço também, pois nada se conseguia sem muito esforço. Mas falemos das princesas, senhoritas tão belas, donas de cabelos cintilantes, educação sem par e histórias tristes para contar. Sempre caem, em sua inocência, em um turbilhão de sentimentos que misturam amor, maior que tudo, ódio e vingança. Sempre são seqüestradas e, em sua grande maioria, são levadas para uma Torre. Não consigo enumerar aqui quais são e quais não são. Rapunzel? Princesa Fiona? Quem mais se candidata? (Ps. Príncipe com alazão branco, solteiro, 20 anos. Procura)

É amigos, Torres são cenários de tantos acontecimentos que é impossível numerar quantas histórias, quantas eras essas viram passar. Mas voltemos às princesas.

Tão lindas e graciosas essas se contentam simplesmente em dançar, cantar e amar. Algumas, como a Ariel, gostam de se aventurar, mas ela é rebelde e já começa o filme princesa. A Fiona também não é flor que se cheire, convenhamos. Diz pra ela que você não vai lavar a louça e espere 2 de direita e 3 cruzado. Mas a maioria das princesas tem algo em comum: São raptadas, são levadas pelo MAL para um confinamento longínquo, em um sono profundo de tal torpor que jamais acordarão enquanto não receberem o beijo de um príncipe. E lá repousam, esperando o dito cujo, rodeadas de riquezas, com uma coroa, cravejada com as mais belas pedras, repousando em suas cabeças.

É muito comum estarem rodeadas de ouro, prata e o que mais for, afinal de contas elas são princesas, precisam do luxo todo. E, acredito eu, esses tesouros também servem para tentar desviar a atenção dos bravos príncipes que vão ao resgate. Não que isso seja mencionado alguma vez em alguma história, o rapeize já tem o castelo, o reino, as minas de ouro, prata e o que mais lhe vier na cabeça. Além de pessoas trabalhando quase de graça. Que diferença faz mais um baú recheado de moedas de ouro, quando você não tem nem meios de gastar tudo isso? Ganância não combina com contos de fadas.

Bom, voltemos ao foco: Princesas e ao seu local de confinamento.

Essas repousam sobre o leito, nunca perdendo a cor (Branca de Neve nunca teve mesmo), nunca perdendo a graça, nem a coroa. E, se olharmos mais atentamente esse adereço, eu pareço me lembrar que são somente pedras multicoloridas. São princesas do reggae, essas aí. Ou talvez não sejam dignas o suficiente de usar um diamante? Nem um cristalzinho. Mas o mais importante é: Por que não um diamante? Nessa Torre, tão bem guardada por terrível dragão, hidra, mastodonte que seja, tão imensa e imponente, não é oferecido um simples diamante para a princesinha. A resposta é simples: A princesa é INDÍEGNA! Repita comigo, corte um pouco o som do segundo “í”, force o sotaque e fale: INDÍEGNA! Pode até falar mais pausadamente se preferir. O show é seu!

Sim, amigos, princesas não são dignas o suficiente para morar em Torres, esse lugar tão sacro. O salão pode ser a parte que mais viu pessoas em toda sua vida, viu muita alegria, mas também tristeza. A sala do trono nada viu senão incômodos ao rei. Mas a Torre... Ah, essa assistiu a tudo isso, e viu mais, foi mais longe. Viu o que acontecia muito além de onde até mesmo o rei ou imperador, fosse ele dono do mundo inteiro, conseguia ver. Elas tocavam o céu e a terra, presenciavam os mais diferentes acontecimentos, escutavam as mais estranhas conversas, conheciam as mais alternativas pessoas. E o pior, ninguém nunca soube o que se passou em seu interior, em seus tempos de glória.

Já dizia o grande poeta, Owl Jolson, da corte imperial de Vila Madalena, em 937 D.C: O que acontece nA Torre, fica nA Torre. E lá fica mesmo.

Mas eis que existe uma história, que se repete a cada muitos e muitos anos em nosso país. É rápida, prometo.

Uma festa acontecia nA Torre, em ano já esquecido, e dentro dela se encontravam uma série de amigas. Algumas com adereços, esses sim de diamante, algumas com seus maridos, outras com tesouro qualquer que fosse. Acontece que, existia uma que não possuía tesouro algum, e sentia-se prejudicada. Mas teve uma idéia, esperta como era.

Aproximou-se da possuidora da mais bela coroa, olhou bem nos olhos e disse com tal firmeza que ninguém nunca conseguiu imitar o tom de sua voz: INDÍEGNA! E tomou-lhe a coroa. Nada mais justo, se a outra não era digna de se apropriar de tal incrível pedra, tal incrível adereço. Diamante não é pra qualquer uma não.

Mas a que perdeu a coroa não se abalou. Nem tentou lutar pela coroa, ela desejava outra coisa, seu coração fervia por algo que, antes dessa tomada da coroa, lhe parecia inalcançável. Eis que se dirigiu para uma princesa e seu belo acompanhante, moreno, 1,75m, que tomava catuaba poderoso e tinha músculos tão fortes que o mero ato de levantar o braço para beber o elixir da masculinidade lhe rasgava as mangas. Pois bem, a descoroada olhou bem para a cara de sua amiga e disse-lhe: INDÍEGNA! E tomou-lhe o bofe.

Após isso não preciso dizer o que aconteceu. Nenhuma princesa era digna de praticamente nada. E então 3 coisas foram banidas do reino naquela ocasião: Festas nA Torre, Diamantes e Catuaba.

Agora retornemos para 2008 e até olhemos para o futuro. Dia 14 de Junho, um sábado, todas essas coisas retornam à nossa cidade, com muito glamour, graças a um bando de jovens transgressores e muito festeiros, que estão dando o que falar. Eu mesmo já falei sobre eles aqui, já fui a um evento deles. É garantido! (ainda mais se tocar Queens of the Stone Age de novo)

Festa na Torre, aquela mesma, na rua Mourato Coelho, 569, Vila Madalena – São Paulo/SP, 23 horas. O tema da festa é Diamantes, ou Diamonds. Muito l.u.s.h.o, glamour demais. Vá você, menina moça, ainda uma flor do campo, vista sua melhor pedra, seja no anel, no brinco, na gargantilha, na tiara, no lugar do olho de vidro! Mas mostre pras suas amigas o quão DÍEGNA você é.

E vá você também, garanhão, conquistador (sotaque espanhol nesse último). Suba em seu alazão branco e não tema nada, pois não existem perigos lhe esperando. Somente um mar de Catuaba, muita gente bonita e bons momentos. Se Catuaba não for seu forte, tem o que mais o seu coração desejar.

That’s it! Festa da Beware. Essa é diferente porque o pessoal vai tocar de casal, e ouvi falar de djs gêmeas tocando. Eu não sei se agüento tanta informação, tanto... Bom, tanta diversão! O Line-up e tudo mais você vê no flyer aqui embaixo, essa coisa fina.

E, por favor, compareça!

4 comentários:

renato santoliquido disse...

Fabuloso.

Uma digressão dos contos de fadas às ressacas movidas a catuaba e cerveja barata.

Faltou somente, no entando, a lembrança da música mais que tocada "Jogue suas tranças de mel/ Rá-Punzel Rá-punzel !"

De resto, viva o sotaque latino e a branca de neve (a.k.a. mina que teve uma over de padê).

Olé!

Andrezão disse...

Diego Maradona é DÍEGNO?

Diogo Vilella é DÍOGNO?

O Diabo é DÍABNO?

Zé, me ajude a elucidar essas questões.

José [Zeh] Eduardo disse...

André, acho que só dignidade está sujeita a tal alteração. Pq tem muito significado, e falar com esse entusiasmo todo garante que o ouvinte vá entender todo o significado.

Maradona não tem um significado tão profundo. Do pó ao pó, é simples.
E ele não é digno de nada senão da pança

O resto eu não sei, mas são todos bem rasos também..

Pargarávio disse...

I LOVE TO SING'A!