quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Resquícios da Serra Pelada e perturbações em forma de busca.

Depois de tanto tempo abandonado, o Falta Foco volta com um post nostálgico, referencial e auto indulgente. Andando entre as traças e teias de aranha do Google Analytics desse tão aclamado ponto de encontro de boêmia paulistana, observamos o quão perturbadas são as buscas feitas pelo pessoal que aqui cai de pára-quedas . "como reconhecer um diamante" mais de duzentos acesso. O pessoal aí anda ganancioso, na esperança de uma nova Serra Pelada.



Diálogos com Goole - Conversas despretensiosas com o Oráculo

"a dança do creo é um horror mais um super gostoso dançando "

"aprendi a reconhecer diamantes, cacos de vidro não me enganam mais"

"só quero ver tipos de armaçoes "


O velho e bom sexo - Quem procura aquele alívio imediato pro stress da firma numa boa e pessoal satisfação auto realizada.


"videos secretos de pornô só as meninas querem perder afinidade "

"fotosdepeitinhos "

"acompanhate coroa coisa fina "

"amantes tiran fotos de xeso no motel no ano de 2000 "

"ninfetas começando a nascer pelos "

"corintiano abraçando sãopaulino por tras "

" amorosa rainha do fanque poderosa olhar de amante"

"desenho da monalisa com bigode e peito maior "

"as princesas disney nifetas "

" atorespornositalianos "

"colegiais e seus peitinhos desnudos "


Meramente educativo - Quem procura informação precisa sobre os mais de 450 assuntos que somos experts.

"video com os jogadores de futebol dançando com roupa de freira "

"como criar bigatos para usar como iscas "


Filosóficos - São coisas que só fazem sentido na mente de quem colocou esses termos, acreditando piamente na capacidade de entendimento do seu Google.


"cangurus esfirras "

"significado do sonho com mar foco e cobra "

"piado do bigode femea "

"pauco de vedade tema castelo de diamante"

"hip hip diamente no dente "


"vir algo "

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O tempo faz meu dia

O Tempo perguntou para o tempo:
- Quanto tempo o tempo tem?
O tempo respondeu para o Tempo, que o tempo tem tanto tempo quanto Tempo o tempo tem.

Nisso, o Tempo pegou seu calibre .38 negro como a noite e, com o simples pensamento "Make my day", arrancou a vida dos braços do tempo.

Após isso, toda a humanidade caiu nos braços da incerteza que é a seleção Brasileira de futebol.

Por isso eu digo: Vai Curíntia!!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Armação ilimitada

Bendito seja o fruto desse ventre gosmento que chamamos de útero, nossa casca de ovo. Nossa geléia primeira. Quanto gosto, quanta aventura!



Sim, amigos, começo esse post com lágrimas nos olhos. Estes olhos tão pale blue, tão caídos. Olhos que já viram tudo. Com eles eu dedico todos os agradecimentos por ter nascido, por ter sido radicado como ser humano – com tele encéfalo desenvolvido e polegar opositor. Alegria, alegria!



De bobeira é que eu não estou, o problema é que o foco estava muito bem ajustado nessa temporada sem postagem, sem alegria. Monótona como as irmãs da Margie Simpson. Mas agora o assunto guinou, a pauta foi restabelecida e o ganha-ganha está no ar.



Ganho eu, ganha você. Eu com a alucinação da minha verborragia alagando a sua cuca e você com o incremento desnecessário de hipertexto quase esparramado.

Mas, vamos falar de Eyewear, ou a pauta da vez. Roupa de olho. Ou o substituto imediato e maroto ao colírio nosso de cada badego (ou pandeiro do samba do criolo doido). Sim é de óculos que eu escrevo, e sobre esse delicado objeto a quem dedico as próximas linhas.



Vamos começar com a familiaridade. Antes o óculos, era monóculo, lente ou esferas de vidros. Como primos, temos o binóculo, o telescópio e o microscópio, estes dois últimos de parentesco mais distante. Também temos exemplos claros na literatura e no cinema de óculos para ciclopes, óculos sem hastes e óculos com dois tipos de lente: estas, mais de sol e estas, Pederneiras, mais de claridade.



Volta foco. Quem nunca usou o luneto escuro para esconder aquela maresia jamaicana que jogue a primeira pedra! Eu ainda sou a favor de sunclasses em pleno expediente, para driblar aquele soninho que pega de jeito a população corporativa após o almoço.



Ainda vale um óclinho de borda e lentes grossas para chegar na pepeca (ou periguete sapeca) que curte um cinema alternativo. Um lance cult. A guria que se amarra em Sartre e Beuvoir, que tem tesão pelo Gael e pelo Brando. Que tá afim de fugir para Londres e catar uns francesinhos de sotaque e Gouloises fumacentos. Para esse tipo de fêmea, dou a dica, borda nelas. Ai eu quero ver se o bicho não pega.



Mas, você, jovem empreendedor corporativo, menino de visão. De vontade. Que nada sabe sobre a fase católica do Bunuel, ou nunca desfrutou do horror cru de Argento, pode catar a muguegada com óculos. Não o de borda. Não a espécie de fêmea culta, que coabita a região da augusta.

Mas sim a menina sarada, cheia de disposição para a pista e para o Creo. A mina de academia. essa sim tem ancas dignas de corte. Essa sim sabe suar a camisa para (como dizem muitas com quem converso) ficar gostosa para o namorado. Ou ficar gostosa para se jogar na pista e (gata) A-RRA-SAR. Elas merecem um mancebo de requinte e biceps em dia, abdome de tanquinho e coxas de estivador. Ou um hype-moderno óculos de haste de fibra de carbono da pérsia e lentes transitions que não só escurecem com o escesso de luz, como também deixam seu semblante muito a cara do Vin Diesel ou do Kelly Slater. Coisa de macho, forte, mas coisa de quem não nega a miopia e o amor descarado pelo sexo oposto.



Em último e nada menos importante. É hora de reviver os óculos que marcaram época. Você sabe, você conjuga. essa época do pós moderno, do hyperama, do comofas, do bjomeliega pede óculos.



Clamam por óculos esses pagãos do neo-pop, da celebridade sem privacidade. Mas como o momento dessa turma é o momento do momento de agora (ou de antes(ou de depois)) vale qualquer coisa, desde que esteja em sintonia com o imediatismo da parada. Let me explain. Para ser in, cool ou cobra você tem que saber pegar a bola quicando e acertar ali, na caixa. Se for para barbarizar e fuzilar na barba longa, na jaqueta de couro, seu óculos ou é igual ao do Morisson, ou você está out. Mas se você quer sair com 2 cores primárias no tenis, calça de bordado cinza e moleton laranja, ou seu óculos (fino) é igual ao do brô do Hot Chip, ou você não sabe se vestir. Se é pra ser (BEE) tem que ser direito. Ai vale revivals de óculos do Bob Dylan até os mais que chics neo-retros italianos. Ai, gata, se é pra sair assim fica em casa.



Bem, essa foi a toada de jeito/maneiras de você não fazer feio na BEWARE ou pelo menos ter assunto com a gatinha quando estiver lá.




- Mina, que festa louca esssa de óculos. Eu que não sou miope estou vesgo de amor por ti, curintia.

- Gato, que arraso esse eu óculos de ano novo. Que revival, isso é tão anos 2000.

- Ah gata, eu me arrumo para qualquer situação. Como faço para me arranjar seu coração ?

É assim que vai ser o pancadão B.E.W.A.R.E. @ Torre, com deejays seletos, mulhres guapas e muchachos eufóricos.



Esqueça as olimpíadas. Lá, o máximo que você vai conseguir são óculos de natação. De um tapa na sua miopia de amor, no estrabismo de foco e no daltonismo de tesão.

Se jogue na Beware. De óculos. Você não bateria numa pessoa de óculos, bateria ?



Pimba!

Vá lá:

Sábado, 16, na torre do dr. Zero. R$ 10ão e um par de armações para sorrir e ser visto.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Diamante? Meu negócio é manganês

Diamantes, pffff. Pedrolas pretensiosas supervalorizadas pelo gênero frágil. O negócio é


Diamante de rola, é cu. Só serve pra fazer super lasers e causar aflição pelo mundo inteiro, assim como o Leonardo descobriu no filme-denúncia-Datena Diamantes de Sangue. Na produção, uma dupla muito louca causa muita confusão quando tentar vender aqueles diamantezinhos espertos pra um vilão muito malvado. Serão altas aventuras entre moribundos aidéticos, mutilados e desnutridos em pleno coração da maravilhosa África, diversão garantida pra toda família.

A única coisa realmente benéfica sobre os diamantes são aquelas bodas, sabe? Aquela, antes das de cobre e depois da de Cereja, os heróicos 60 anos de casados. São 262800 manhãs acordando ao lado da mesma pessoa. E, se você conseguir alcançar essa lustrosa marca, chegar nas bodas de aveia (72 anos), de café (79 verões) ou pêra (88 primaveras, sem leite) fica muito mais fácil! Mas isso apenas ilustra que aveia, café e pêra (sem leite) são melhores que diamante.

Por isso que eu prefiro o Manganês. Seu simpático símbolo Mn, seu sutil número atômico bem distribuídos entre 25 prótons e 25 elétrons e uma voluptosa massa atômica de 55 u fazem dele a paixão nacional entre os moradores do grupo 7B da classificação periódica dos elementos. Praticamente o Corinthians da química, esnoba aquela biscate do carbono que, apesar de estar em todas as coisas orgânicas, insiste em virar diamante. O manganês faz pilha, é o terceiro metal mais abundante na crosta terrestre, sá-sá-sábado e domingo solta pipa e joga bola...precisa dizer mais?

Se você ainda acha o diamante grandes bosta (link), saiba que descobriram que uma das famosíssimas estrelas anãs brancas pulsantes, chamada BPM37093, é inteiramente feito desse mequetrefe pedregulho. É só andar 40 quatrilhões de km, quase como a distância São Paulo – Joanópolis, levar a sua broca e tirar seu teco. Levar argila lá deve fazer muito mais sucesso, ainda mais pq, todo mundo sabe, em estrela anã quem tem barro é rei.



Se tiver preguiça ou TCC pra fazer, pode ir mais perto. Ali no rêgo do mundo, mais conhecido como Sibéria, você pode descer, passar o Inferno, virar a direita em Hades e encontrar o seu. Aí você descobre porque tão caro, não necessariamente por serem bonitas e em displays chiques da Antuérpia.




Então essa é sua chance. Vá lá na Festa do Diamante e se desfaça de toda esse glamour montado. Jogue seus diamantes para cima e confunda-os com os tecos de vidro, tudo regado a muito suor, vômito e alegria.

Liberte-se, beibe.

Diamante-tê-ô

Certo dia, estava eu em meu quarto, em plena tarde de terça-feira (sim, sou levemente vagabundo), trajando meu pijama, ouvindo o rádio no talo, dançando em frente ao espelho e fazendo coreografias pra lá de sensuais.

Eis que a música acaba e a voz do locutor anuncia: “Atenção ouvintes e ouvintas da Rádio Continental, é agora. Chegou a hora de ouvir a música que todos estavam esperando, o hit do momento. Som na caixa!”



Glamurosa, rainha do funk
Poderosa, olhar de diamante

Nos envolve, nos fascina, agita o salão
Balança gostoso requebrando até o chão (bis)



Naquele momento, ao ouvir aquela bela melodia e tão profunda letra, o tempo parou. Tudo ficou em câmera lenta. Eu não conseguia dançar, estava paralizado. A única parte de meu corpo que se mexia, mesmo que muito pouco, eram meus olhos, que tremiam enquanto lágrimas me escorriam a face. Encostei as costas na parede e fui deslizando, até sentar no chão, por onde fiquei aos prantos, por longas quatro horas.


Até hoje, não sei ao certo o que me causou esta reação tão ridícula. Acho que me vi, me enxerguei naquela música; glamuroso, poderoso, balançando gostoso e requebrando até o chão. Mas havia uma coisa, um pequeno detalhe naquela letra que destoava em relação à minha personalidade: o olhar de diamante.


A partir daquele momento, o grande objetivo de minha vida passou a ser conquistar esse tal de olhar de diamante, eu queria ter essa magia em meus olhos. Confesso que passei horas em frente ao espelho, ou mesmo tirando fotos do meu rosto com a máquinha digital, treinando e experimentando diversos tipos de olhares, em busca daquele que mereceria o título de “Olhar de Diamante”.


Escolhi os melhores candidatos e fui às ruas, para testá-los, para saber se eles exerciam o poder esperado. Resultados:

  • Uma garota me deu um tapa na cara.

  • Uma velhinha correu atrás de mim, tentando me bater com a bolsa.

  • Um cãozinho enfiou o rabo entre as pernas e fugiu em disparada.

  • A moça da farmácia abriu o caixa e disse que eu podia levar todo o dinheiro, mas só implorava para que eu não a machucasse.

  • Um policial me prendeu, por desacato a autoridade.


Quando saí da cadeia, resolvi desistir disso tudo. Decidi que era melhor ir estudar, trabalhar, arranjar uma namorada, coisas que as pessoas normais fazem. E foi o que eu fiz. Hoje tenho uma vida normal, sou um cara normal, faço coisas normais.


Até que, outro dia, fiquei sabendo da nova festa BEWARE, e que o tema da vez era Diamantes. No mesmo instante, uma luz me iluminou. Era uma luz de brilho intenso, como que se refletida num diamante. A lembrança voltou a minha mente e pensei:


“É agora! Essa é chance! Chega dessa minha vidinha “de aparências”. Vou atrás do meu sonho, da minha verdadeira razão de existir. Sábado, dia 14, 23 horas, na Torre. Esse é meu destino. Essa é minha meta. Vou achar meu olhar de diamante, seja em mim mesmo, seja nos olhos de alguem, seja no espírito de quem luta por um ideal, mas vou achar... E quem comparecer, verá.”

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Jóias de São Paulo

Hai!

Muito bom encontrá-los todos aqui novamente. Sejam vocês todos quem quer que sejam.

Sim, eu não conheço vocês. Bom, acho que não conheço.

De qualquer maneira, venho aqui agraciá-los com mais um texto, mais uma anedota.

Antes de tudo, devemos nós começar com uma lição de história. Mas histórias diferentes.


Disney, todo aquele reino de magia, contos de fadas, morais, blood, sweat and tears. Sim, muito esforço também, pois nada se conseguia sem muito esforço. Mas falemos das princesas, senhoritas tão belas, donas de cabelos cintilantes, educação sem par e histórias tristes para contar. Sempre caem, em sua inocência, em um turbilhão de sentimentos que misturam amor, maior que tudo, ódio e vingança. Sempre são seqüestradas e, em sua grande maioria, são levadas para uma Torre. Não consigo enumerar aqui quais são e quais não são. Rapunzel? Princesa Fiona? Quem mais se candidata? (Ps. Príncipe com alazão branco, solteiro, 20 anos. Procura)

É amigos, Torres são cenários de tantos acontecimentos que é impossível numerar quantas histórias, quantas eras essas viram passar. Mas voltemos às princesas.

Tão lindas e graciosas essas se contentam simplesmente em dançar, cantar e amar. Algumas, como a Ariel, gostam de se aventurar, mas ela é rebelde e já começa o filme princesa. A Fiona também não é flor que se cheire, convenhamos. Diz pra ela que você não vai lavar a louça e espere 2 de direita e 3 cruzado. Mas a maioria das princesas tem algo em comum: São raptadas, são levadas pelo MAL para um confinamento longínquo, em um sono profundo de tal torpor que jamais acordarão enquanto não receberem o beijo de um príncipe. E lá repousam, esperando o dito cujo, rodeadas de riquezas, com uma coroa, cravejada com as mais belas pedras, repousando em suas cabeças.

É muito comum estarem rodeadas de ouro, prata e o que mais for, afinal de contas elas são princesas, precisam do luxo todo. E, acredito eu, esses tesouros também servem para tentar desviar a atenção dos bravos príncipes que vão ao resgate. Não que isso seja mencionado alguma vez em alguma história, o rapeize já tem o castelo, o reino, as minas de ouro, prata e o que mais lhe vier na cabeça. Além de pessoas trabalhando quase de graça. Que diferença faz mais um baú recheado de moedas de ouro, quando você não tem nem meios de gastar tudo isso? Ganância não combina com contos de fadas.

Bom, voltemos ao foco: Princesas e ao seu local de confinamento.

Essas repousam sobre o leito, nunca perdendo a cor (Branca de Neve nunca teve mesmo), nunca perdendo a graça, nem a coroa. E, se olharmos mais atentamente esse adereço, eu pareço me lembrar que são somente pedras multicoloridas. São princesas do reggae, essas aí. Ou talvez não sejam dignas o suficiente de usar um diamante? Nem um cristalzinho. Mas o mais importante é: Por que não um diamante? Nessa Torre, tão bem guardada por terrível dragão, hidra, mastodonte que seja, tão imensa e imponente, não é oferecido um simples diamante para a princesinha. A resposta é simples: A princesa é INDÍEGNA! Repita comigo, corte um pouco o som do segundo “í”, force o sotaque e fale: INDÍEGNA! Pode até falar mais pausadamente se preferir. O show é seu!

Sim, amigos, princesas não são dignas o suficiente para morar em Torres, esse lugar tão sacro. O salão pode ser a parte que mais viu pessoas em toda sua vida, viu muita alegria, mas também tristeza. A sala do trono nada viu senão incômodos ao rei. Mas a Torre... Ah, essa assistiu a tudo isso, e viu mais, foi mais longe. Viu o que acontecia muito além de onde até mesmo o rei ou imperador, fosse ele dono do mundo inteiro, conseguia ver. Elas tocavam o céu e a terra, presenciavam os mais diferentes acontecimentos, escutavam as mais estranhas conversas, conheciam as mais alternativas pessoas. E o pior, ninguém nunca soube o que se passou em seu interior, em seus tempos de glória.

Já dizia o grande poeta, Owl Jolson, da corte imperial de Vila Madalena, em 937 D.C: O que acontece nA Torre, fica nA Torre. E lá fica mesmo.

Mas eis que existe uma história, que se repete a cada muitos e muitos anos em nosso país. É rápida, prometo.

Uma festa acontecia nA Torre, em ano já esquecido, e dentro dela se encontravam uma série de amigas. Algumas com adereços, esses sim de diamante, algumas com seus maridos, outras com tesouro qualquer que fosse. Acontece que, existia uma que não possuía tesouro algum, e sentia-se prejudicada. Mas teve uma idéia, esperta como era.

Aproximou-se da possuidora da mais bela coroa, olhou bem nos olhos e disse com tal firmeza que ninguém nunca conseguiu imitar o tom de sua voz: INDÍEGNA! E tomou-lhe a coroa. Nada mais justo, se a outra não era digna de se apropriar de tal incrível pedra, tal incrível adereço. Diamante não é pra qualquer uma não.

Mas a que perdeu a coroa não se abalou. Nem tentou lutar pela coroa, ela desejava outra coisa, seu coração fervia por algo que, antes dessa tomada da coroa, lhe parecia inalcançável. Eis que se dirigiu para uma princesa e seu belo acompanhante, moreno, 1,75m, que tomava catuaba poderoso e tinha músculos tão fortes que o mero ato de levantar o braço para beber o elixir da masculinidade lhe rasgava as mangas. Pois bem, a descoroada olhou bem para a cara de sua amiga e disse-lhe: INDÍEGNA! E tomou-lhe o bofe.

Após isso não preciso dizer o que aconteceu. Nenhuma princesa era digna de praticamente nada. E então 3 coisas foram banidas do reino naquela ocasião: Festas nA Torre, Diamantes e Catuaba.

Agora retornemos para 2008 e até olhemos para o futuro. Dia 14 de Junho, um sábado, todas essas coisas retornam à nossa cidade, com muito glamour, graças a um bando de jovens transgressores e muito festeiros, que estão dando o que falar. Eu mesmo já falei sobre eles aqui, já fui a um evento deles. É garantido! (ainda mais se tocar Queens of the Stone Age de novo)

Festa na Torre, aquela mesma, na rua Mourato Coelho, 569, Vila Madalena – São Paulo/SP, 23 horas. O tema da festa é Diamantes, ou Diamonds. Muito l.u.s.h.o, glamour demais. Vá você, menina moça, ainda uma flor do campo, vista sua melhor pedra, seja no anel, no brinco, na gargantilha, na tiara, no lugar do olho de vidro! Mas mostre pras suas amigas o quão DÍEGNA você é.

E vá você também, garanhão, conquistador (sotaque espanhol nesse último). Suba em seu alazão branco e não tema nada, pois não existem perigos lhe esperando. Somente um mar de Catuaba, muita gente bonita e bons momentos. Se Catuaba não for seu forte, tem o que mais o seu coração desejar.

That’s it! Festa da Beware. Essa é diferente porque o pessoal vai tocar de casal, e ouvi falar de djs gêmeas tocando. Eu não sei se agüento tanta informação, tanto... Bom, tanta diversão! O Line-up e tudo mais você vê no flyer aqui embaixo, essa coisa fina.

E, por favor, compareça!

O Diamante




O diamante é uma pedra transparente como o vidro, dura como uma rocha, reluzente como o espelho e cara como a vida. Os diamantes são fruto de milênios. Um pedra demora muito para se formar, pois a mesma é construída na base dos esquema de carbono que nós tanto desenhávamos nas aulas de química.



Um outro fato notável dessa pedra tão simétrica é a capacidade de reconhecer uma verdadeira de outra falsa. O ourives ou o agiota possuem uma técnica especial para ver valor ou não nos cacos de vidro que lhes são apresentados. Imagino que essa capacidade visual seja inata no ser humano e vai além das jóias. Ronaldo, por exemplo, carece de foco cognitivo suficiente para reconhecer uma mulher de uma não-mulher. Caras como esse só tem a perder quando querem comprar alguma coisa brilhante.



Mas o que você sabe sobre diamantes?



Diamante é arte.



Na história do cinema, poucos filmes conseguiram chegar tão longe nos significados da vida e da existência (da arte) como Congo. A película, conhecida por passar nas noites de Tela Quente e agora freqüente no Intercine, trata da disputa entre os homens e sua ganância contra a pureza rústica dos símios. O motivo de tanta crueldade e mortes violentas: os maiores diamantes que incrustam os sebos da terra.



Acho o filme formidável. Confesso que chorei como um bebê com a tela preta. O homem contra a sua espécie primeira em planos de puro verde e preto faz dessa fita uma obra de arte. A história densa e violenta ilustra a passagem de um plano inconcebível para montar uma máquina de raios lazer hiper-potente, tudo só seria possível se um Big Diamond fosse usado como prisma.



O grau de dramaturgia e interpretação que atingem os macacos nesses noventa minutos me lembraram muito o dos personagens de Antonionni e seu eterno conflito com o vazio existencial. A pequena Amy é uma prova disso, alia-se aos humanos e é socorrida pela protagonista. Amy chega a chorar, a falar e a pedir por carinho. Uma verdadeira criança sabichona no mundo dos homens – me parece muito com Maísa, a menina de ouro do SBT.



Mas se você pensa que diamante é coisa de brutos e de trilhardários, se engana. Além de ser algo complementar a qualquer vestimenta de luxo, a pedra preciosa também pode servir de custeio de amantes, periguetes, namoradas, meninës, bofes, bichas pão com ovo, e outros tipos de acompanhantes.



Como é dito pela desciclopédia, diamante tem um sentido lógico, é di(dinheiro) + amante. Dinheiro das amantes. Afinal fica feio manter aquela mina 20 anos mais nova na base da mesada neh? Dá um colarzinho, e vai pro motel. Oferece um anelzinho, e chama a amiguinha! Oooh diliça. Oooh que maravilha. O diamante abre fronteiras na moral alheia, reduz o pudor amoroso e aumenta a libido sexual.



Outro exemplo das telas é o inesquecível Titanic. Filme de gente fina, gente bonita, gente que tem mais de 2 empregadas e quatro carros em casa. Os pobres ficavam nas ratoeiras do navio enquanto a nossa Julieta cedia a rabiola para o Romeo pé rapado no banco de trás. Quanto luxo.



No filme ilustra-se o ultimo uso do diamante, o de pedra filosofal. Inicialmente era usado como arma de chantagem para fazer com que Kate casasse com o Fantasma, mas depois é usado como subterfúgio para que ouvíssemos, assistíssemos e dormíssemos por mais de 3 horas de lembranças de uma velhinha – que antes de morrer ainda joga a pepita nas águas do oceano, como se isso fosse aliviar seu amor interrompido, como se isso fosse faze-la jovem novamente, como se isso compensasse a diferença social do casal, como se isso representasse alguma coisa. Mulher burra! Dá mais uns 2 aninhos ela vai pro saco e os netinhos ficam sem herança para manipular as suas ninfetas!

Vê se pode!



Enfim, agora você pode também. My heart will go on. O seu também pode ir. Não, não estou convidado para uma rapidinha no interior do meu calhambeque, chamo para a festa do diamante. A festa da pedra mais dura e bem projetada da humanidade. Ainda vai ser na Torre, dia 14, lugar onde a mística da Lucy in the Sky ainda reina absoluta. Traremos, pois, nossas pedras tão preciosas.



Não precisa roubar a sua santa vovozinha e levar aquele manto de diamantes no colo. Hoje você encontra diamantes praticamente em qualquer lugar. Veja nos dentes dos Hip Hopers americanos, nos celulares mais admirados, em chocolates, no jogo do Megaman ou no do Sonic.



Vem que vai ser um luxXxo