segunda-feira, 26 de maio de 2008

Cenas que antecedem momentos históricos

Los Angeles, EUA - 16/07/1994 - 20h12





Washington, EUA - 05/08/1945 - 23h47





Kabul, Afeganistão - 10/09/2001 - 14h31

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Colete, um gesto de compaixão.

O colete foi visto pela primeira vez na Babilônia, no século IV ac. Lá existia um alfaiate chamado Turk. Certo dia, Turk recebeu em sua oficina a inesperada visita de um pobre menino órfão, que não tinha dinheiro se quer para comprar algo para vestir e vivia andando desnudo para lá e para cá. O menino pediu que Turk costurasse uma roupinha para ele, mas o alfaiate disse que não era possível, pois ele estava passando por uma situação financeira complicada e não podia fazer nada de graça.

Naquela noite de ventos gélidos, Turk não conseguiu dormir pensando no frio que aquela miserável criança estava passando, sem ter uma roupa para protege-la. O homem resolveu ficar pelado para ter a noção exata do sofrimento vivido pelo infante. Foi quando ele percebeu que os lugares onde ele mais sentia frio eram as pernas e o tronco, mas nos braços o frio era suportável. Então ele pensou: “Pra que preciso de mangas em minhas camisas?”.

Imediatamente, ele desceu até a oficina e começou cortar todas as mangas de suas roupas, e com o tecido das mangas ele costurou um modelito fashion para o garoto.. Daquele dia em diante, Turk só foi visto com suas blusas sem mangas, que ele deu o nome de colete. A história de Turk foi contada de geração pra geração e a sua atitude solidária, de não pensar apenas em si próprio, mas no grupo e na comunidade, foi denominada Coletividade.

Hoje chamamos de Coletividade tudo aquilo que se refere à integração de um grupo de pessoas. Um esporte coletivo é aquele onde se usam coletes para diferenciar o seu time, do time adversário.

Nos tempos de escola, era comum eu usar esses coletes na educação física. Mas os coletes do meu colégio não eram esses feitos desse material leve e sintético. Eles eram de um tecido grosso, fétido e encardido, que ficava impregnado com o suor da criançada. Alguns diziam que os coletes eram lavados de 15 em 15 anos. Se você desse sorte (ou nesse caso, azar) você estudaria do pré ao 3º colegial sem jamais usar um colete limpo. Outra teoria é que os coletes eram feitos a partir do reaproveitamento do tecido das cortinas velhas. É por isso que nos dias de calor, o negócio era fazer time com camisa e sem camisa.

Outro colete que me chama a atenção é o a prova de balas. Quem nunca suspirou aquele “ufa!” quando após seu herói preferido tomar uma bala no peito, ele levantar normalmente, rasgar a camisa e mostrar que está usando um colete desses, para desespero do vilão. Se eu fosse um cara importante ou um personagem de filme de ação, usaria esses troços o dia inteiro, pra dormir, pra ir ao banheiro, até na praia. Pois nunca se sabe quando você pode sofrer um atentado, sem falar que a marquinha de sol que o colete deixa é de um charme fora do comum.

E essa aí é a Toni Collette. Ela é uma atriz de cinema que ficou conhecida principalmente por suas atuações nos filmes O Sexto Sentido e Pequena Miss Sunshine. No primeiro ela interpretou a mãe do menininho e no segundo ela era a mãe da menininha. Em ambos os casos, ela assumiu o papel de uma figura materna assustada e perdida, mas que tinha de se manter forte para segurar as pontas de sua excêntrica família. Pensando sob esse aspecto de cuidar da família, ou seja, do grupo, do coletivo, podemos dizer que Toni Collette honra o nome que tem.

Agora chegou a sua vez de honrar as calças que veste, e o colete também. Sábado, dia 10/05 tem Festa do Colete, lá na Torre as 23h.


Corpete ou corselete.

Eu achava que corpete era coisa de modernet que deixou de ser gótica pra virar femme fatale junkie. Corselete eu nunca soube direito, mas acho que é aquela meio lingerie, muito de realizar fantasias. Naughty naughty.

Não ilustro as divagações por prezar pela família brasileira e todas as nossas grandiosas instituições como o Estado (ou PT, nóis e o Lula sempre confundemos), a Igreja e o mito de São Sebastião. E também por estar no trabalho, que pega mal ficar abrindo fotos de peitinhos saltados e beldades sensuais.

Mas sobre o corpete, apesar de derivar com milhões de adjetivos que pareçam hostis, eu gostcho mutcho! É aquela veia que aflora ao ver moçoilas desfilando suas vergonhas ao meio de tatuagens e franjinhas, tudo bem apertado e jogado pro alto, um desbunde de busto.

O corselete já é mais intimicuticulino, uma coisa pra dois (ou três, ou cinco, ou oito, seguindo na PG do absurdo).

Mas um ponto convergente para os dois acessórios femininos é a isca. Para pegar qualquer uma disposta a usar um dos dois, seja transformista, travesti ou menina mesmo, está sendo utilizado um comum item caído em desuso a muito tempo, que vem sendo resgatado - com um forte cheiro de naftalina e mofo - pelos modernos.

Le Coletê. The Vest. Der Koleter. Jim Sakamoto. O Colete. Agora é hora de brincar de pai! Cace no baú do pessu mais vivido aquele acessório que ignora a questão mangas, mas esnoba no quesito estilo. Risca-de-giz, chumbo liso, verde limão, amarelo manga, vermelho aveludado. Seja qual for seu tipinho pseudo, o colete agora torna-se objeto de vanguarda. E essa antiga vanguarda, que agora volta a ser nova, é algo apetecível aos seus contemporâneos


Essa aeróbica lisérgica de Jesus postada abaixo é pureza de estilo. O mestiço puro.

Bring it down! Oh oh oh-oO-ooh (fundinho musical do Ghostbusters)
Stop.
Hammer time!

Se o Renato, ilustre colaborador do FaFo, fosse negro, ele seria igual ao McMartelo.
Pena que é branquelo como um bigatinho.


Não resisti

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Can Touch This



Há!

MC Hammer.

Esse homem fez história.

Esse homem é um (mal) exemplo.

Homem de origens negras e fala suburbana, Hammer começou do nada. Nonada ele fez o Hip Hop virar hit. Virou moda dançar com a alegria e os popozões dele, o pai de uma das danças mais energéticas do mundo.

You can't touch this - segue o pianinho -; Que diálogo com os dias de hoje. Dias tão insulflados pela tecnologia e pelo acesso coletivo à coletividade. Mas em mim não, você não toca nisso. Pra cima de Moiiii ?? - diria a boa amiga moderninha com sotaque franco-augusteño.

Hammer tinha tudo, ele foi o cara. Relaciono Hammer com a fortuna de Beckham e o cérebro de Amaral - meia do parmera, vasco e outros -, que além de feio não sabia somar um e um.



O MC seria um jogador impar, garanto. Com suas saidas de pernas para os lados, ele daria um bom volante, quiça ponta de lança. Hammer optou pelo gheto e pela poesia, afinal nos EUA ser soccer player é como ser jogador de Handbol no Brasil.



Quando fez seu primeiro milhão, Hammer comprou uma mansão avaliada em 50. Nada mais sensato, na cabeça de um bagre negro: já viu alguém que é milionário ficar pobre do dia para a noite ? não. E outra idéia do cacete temperou suas ambições: todo rico, sempre fica mais rico.

Hammer faliu em meses. Nunca mais fez sucesso e hoje deve cobrar uns 10 barão para aparecer na sua festa de 15 anos ou para animar o alojamento dos jogos universitários das faculdades de administração do Kentucky.



Mas o que aprendemos com isso ? Eu confesso que aprendi a dançar (à la Hammer) e a curtir o fino do Hip Hop.

Mas não é só nisso que pretendo me deter! Chego lá, garanto.

Vamos. Um astro pop não deixa somente um refrão que perdura por séculos no nosso inconciente auditivo. Ele deixa estilo.

Há! You can't touch this.

Estilo é que nem ter um penis de 22cm. Ou você tem, ou não tem. Ou mente que tem. Ou faz uma cirurgia e diz que tem (mas não que fez cirurgia).

Dançar é fácil, quero ver se vestir com coletinhos e calças fantásticas - uma mistura de balão, calça baggy, polainas e elasticos. Tem coisas que só Hammer pode usar.



Ou como diz o bicha que conheci outro dia: Querida, ok usar polainas, mas tem coisas que só o David Bowie pode, só ele.



Só Bowie, Só Hammer.



Agora é a hora de você também poder. You Can Touch This. Hora de usar aquela peça de roupa que a vovó deu pra vc no natal e, sorrindo e pensando em passar na C&A para trocar no dia seguinte, você disse: Valeu, véia, tava precisando de um colete.

Colete pega, meu fio. Colete para o frio e para o bem estar dos meus olhos cansados de poluição e penteados argentinos. O bom do colete e dar aquele abracinho interno, aquele friozinho; inclinar a cabecinha no colo da criança. É quase gol. Usar colete é como andar bebado na grande área. Bobeou é penal.



Você não viveria sem colete. Proteção da malha com a devassidão da regata. É com colete que não se leva bala. É com colete que não se afoga. É no colete que se esconde o relógio de bolso e a cartela de cigarrilhas.



Não adianta, de colete tudo fica um pouco mais paulista. Semanda de 22, época do café. Eles usavam colete, a cidade arrasava. E, na minha opinião, São Paulo hoje é Nova York no anos 70. Um colete e um pouco de requebrado pode ajudar a içar tudo para os 80, neh bee ?