quarta-feira, 4 de junho de 2008

Diamante? Meu negócio é manganês

Diamantes, pffff. Pedrolas pretensiosas supervalorizadas pelo gênero frágil. O negócio é


Diamante de rola, é cu. Só serve pra fazer super lasers e causar aflição pelo mundo inteiro, assim como o Leonardo descobriu no filme-denúncia-Datena Diamantes de Sangue. Na produção, uma dupla muito louca causa muita confusão quando tentar vender aqueles diamantezinhos espertos pra um vilão muito malvado. Serão altas aventuras entre moribundos aidéticos, mutilados e desnutridos em pleno coração da maravilhosa África, diversão garantida pra toda família.

A única coisa realmente benéfica sobre os diamantes são aquelas bodas, sabe? Aquela, antes das de cobre e depois da de Cereja, os heróicos 60 anos de casados. São 262800 manhãs acordando ao lado da mesma pessoa. E, se você conseguir alcançar essa lustrosa marca, chegar nas bodas de aveia (72 anos), de café (79 verões) ou pêra (88 primaveras, sem leite) fica muito mais fácil! Mas isso apenas ilustra que aveia, café e pêra (sem leite) são melhores que diamante.

Por isso que eu prefiro o Manganês. Seu simpático símbolo Mn, seu sutil número atômico bem distribuídos entre 25 prótons e 25 elétrons e uma voluptosa massa atômica de 55 u fazem dele a paixão nacional entre os moradores do grupo 7B da classificação periódica dos elementos. Praticamente o Corinthians da química, esnoba aquela biscate do carbono que, apesar de estar em todas as coisas orgânicas, insiste em virar diamante. O manganês faz pilha, é o terceiro metal mais abundante na crosta terrestre, sá-sá-sábado e domingo solta pipa e joga bola...precisa dizer mais?

Se você ainda acha o diamante grandes bosta (link), saiba que descobriram que uma das famosíssimas estrelas anãs brancas pulsantes, chamada BPM37093, é inteiramente feito desse mequetrefe pedregulho. É só andar 40 quatrilhões de km, quase como a distância São Paulo – Joanópolis, levar a sua broca e tirar seu teco. Levar argila lá deve fazer muito mais sucesso, ainda mais pq, todo mundo sabe, em estrela anã quem tem barro é rei.



Se tiver preguiça ou TCC pra fazer, pode ir mais perto. Ali no rêgo do mundo, mais conhecido como Sibéria, você pode descer, passar o Inferno, virar a direita em Hades e encontrar o seu. Aí você descobre porque tão caro, não necessariamente por serem bonitas e em displays chiques da Antuérpia.




Então essa é sua chance. Vá lá na Festa do Diamante e se desfaça de toda esse glamour montado. Jogue seus diamantes para cima e confunda-os com os tecos de vidro, tudo regado a muito suor, vômito e alegria.

Liberte-se, beibe.

Diamante-tê-ô

Certo dia, estava eu em meu quarto, em plena tarde de terça-feira (sim, sou levemente vagabundo), trajando meu pijama, ouvindo o rádio no talo, dançando em frente ao espelho e fazendo coreografias pra lá de sensuais.

Eis que a música acaba e a voz do locutor anuncia: “Atenção ouvintes e ouvintas da Rádio Continental, é agora. Chegou a hora de ouvir a música que todos estavam esperando, o hit do momento. Som na caixa!”



Glamurosa, rainha do funk
Poderosa, olhar de diamante

Nos envolve, nos fascina, agita o salão
Balança gostoso requebrando até o chão (bis)



Naquele momento, ao ouvir aquela bela melodia e tão profunda letra, o tempo parou. Tudo ficou em câmera lenta. Eu não conseguia dançar, estava paralizado. A única parte de meu corpo que se mexia, mesmo que muito pouco, eram meus olhos, que tremiam enquanto lágrimas me escorriam a face. Encostei as costas na parede e fui deslizando, até sentar no chão, por onde fiquei aos prantos, por longas quatro horas.


Até hoje, não sei ao certo o que me causou esta reação tão ridícula. Acho que me vi, me enxerguei naquela música; glamuroso, poderoso, balançando gostoso e requebrando até o chão. Mas havia uma coisa, um pequeno detalhe naquela letra que destoava em relação à minha personalidade: o olhar de diamante.


A partir daquele momento, o grande objetivo de minha vida passou a ser conquistar esse tal de olhar de diamante, eu queria ter essa magia em meus olhos. Confesso que passei horas em frente ao espelho, ou mesmo tirando fotos do meu rosto com a máquinha digital, treinando e experimentando diversos tipos de olhares, em busca daquele que mereceria o título de “Olhar de Diamante”.


Escolhi os melhores candidatos e fui às ruas, para testá-los, para saber se eles exerciam o poder esperado. Resultados:

  • Uma garota me deu um tapa na cara.

  • Uma velhinha correu atrás de mim, tentando me bater com a bolsa.

  • Um cãozinho enfiou o rabo entre as pernas e fugiu em disparada.

  • A moça da farmácia abriu o caixa e disse que eu podia levar todo o dinheiro, mas só implorava para que eu não a machucasse.

  • Um policial me prendeu, por desacato a autoridade.


Quando saí da cadeia, resolvi desistir disso tudo. Decidi que era melhor ir estudar, trabalhar, arranjar uma namorada, coisas que as pessoas normais fazem. E foi o que eu fiz. Hoje tenho uma vida normal, sou um cara normal, faço coisas normais.


Até que, outro dia, fiquei sabendo da nova festa BEWARE, e que o tema da vez era Diamantes. No mesmo instante, uma luz me iluminou. Era uma luz de brilho intenso, como que se refletida num diamante. A lembrança voltou a minha mente e pensei:


“É agora! Essa é chance! Chega dessa minha vidinha “de aparências”. Vou atrás do meu sonho, da minha verdadeira razão de existir. Sábado, dia 14, 23 horas, na Torre. Esse é meu destino. Essa é minha meta. Vou achar meu olhar de diamante, seja em mim mesmo, seja nos olhos de alguem, seja no espírito de quem luta por um ideal, mas vou achar... E quem comparecer, verá.”

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Jóias de São Paulo

Hai!

Muito bom encontrá-los todos aqui novamente. Sejam vocês todos quem quer que sejam.

Sim, eu não conheço vocês. Bom, acho que não conheço.

De qualquer maneira, venho aqui agraciá-los com mais um texto, mais uma anedota.

Antes de tudo, devemos nós começar com uma lição de história. Mas histórias diferentes.


Disney, todo aquele reino de magia, contos de fadas, morais, blood, sweat and tears. Sim, muito esforço também, pois nada se conseguia sem muito esforço. Mas falemos das princesas, senhoritas tão belas, donas de cabelos cintilantes, educação sem par e histórias tristes para contar. Sempre caem, em sua inocência, em um turbilhão de sentimentos que misturam amor, maior que tudo, ódio e vingança. Sempre são seqüestradas e, em sua grande maioria, são levadas para uma Torre. Não consigo enumerar aqui quais são e quais não são. Rapunzel? Princesa Fiona? Quem mais se candidata? (Ps. Príncipe com alazão branco, solteiro, 20 anos. Procura)

É amigos, Torres são cenários de tantos acontecimentos que é impossível numerar quantas histórias, quantas eras essas viram passar. Mas voltemos às princesas.

Tão lindas e graciosas essas se contentam simplesmente em dançar, cantar e amar. Algumas, como a Ariel, gostam de se aventurar, mas ela é rebelde e já começa o filme princesa. A Fiona também não é flor que se cheire, convenhamos. Diz pra ela que você não vai lavar a louça e espere 2 de direita e 3 cruzado. Mas a maioria das princesas tem algo em comum: São raptadas, são levadas pelo MAL para um confinamento longínquo, em um sono profundo de tal torpor que jamais acordarão enquanto não receberem o beijo de um príncipe. E lá repousam, esperando o dito cujo, rodeadas de riquezas, com uma coroa, cravejada com as mais belas pedras, repousando em suas cabeças.

É muito comum estarem rodeadas de ouro, prata e o que mais for, afinal de contas elas são princesas, precisam do luxo todo. E, acredito eu, esses tesouros também servem para tentar desviar a atenção dos bravos príncipes que vão ao resgate. Não que isso seja mencionado alguma vez em alguma história, o rapeize já tem o castelo, o reino, as minas de ouro, prata e o que mais lhe vier na cabeça. Além de pessoas trabalhando quase de graça. Que diferença faz mais um baú recheado de moedas de ouro, quando você não tem nem meios de gastar tudo isso? Ganância não combina com contos de fadas.

Bom, voltemos ao foco: Princesas e ao seu local de confinamento.

Essas repousam sobre o leito, nunca perdendo a cor (Branca de Neve nunca teve mesmo), nunca perdendo a graça, nem a coroa. E, se olharmos mais atentamente esse adereço, eu pareço me lembrar que são somente pedras multicoloridas. São princesas do reggae, essas aí. Ou talvez não sejam dignas o suficiente de usar um diamante? Nem um cristalzinho. Mas o mais importante é: Por que não um diamante? Nessa Torre, tão bem guardada por terrível dragão, hidra, mastodonte que seja, tão imensa e imponente, não é oferecido um simples diamante para a princesinha. A resposta é simples: A princesa é INDÍEGNA! Repita comigo, corte um pouco o som do segundo “í”, force o sotaque e fale: INDÍEGNA! Pode até falar mais pausadamente se preferir. O show é seu!

Sim, amigos, princesas não são dignas o suficiente para morar em Torres, esse lugar tão sacro. O salão pode ser a parte que mais viu pessoas em toda sua vida, viu muita alegria, mas também tristeza. A sala do trono nada viu senão incômodos ao rei. Mas a Torre... Ah, essa assistiu a tudo isso, e viu mais, foi mais longe. Viu o que acontecia muito além de onde até mesmo o rei ou imperador, fosse ele dono do mundo inteiro, conseguia ver. Elas tocavam o céu e a terra, presenciavam os mais diferentes acontecimentos, escutavam as mais estranhas conversas, conheciam as mais alternativas pessoas. E o pior, ninguém nunca soube o que se passou em seu interior, em seus tempos de glória.

Já dizia o grande poeta, Owl Jolson, da corte imperial de Vila Madalena, em 937 D.C: O que acontece nA Torre, fica nA Torre. E lá fica mesmo.

Mas eis que existe uma história, que se repete a cada muitos e muitos anos em nosso país. É rápida, prometo.

Uma festa acontecia nA Torre, em ano já esquecido, e dentro dela se encontravam uma série de amigas. Algumas com adereços, esses sim de diamante, algumas com seus maridos, outras com tesouro qualquer que fosse. Acontece que, existia uma que não possuía tesouro algum, e sentia-se prejudicada. Mas teve uma idéia, esperta como era.

Aproximou-se da possuidora da mais bela coroa, olhou bem nos olhos e disse com tal firmeza que ninguém nunca conseguiu imitar o tom de sua voz: INDÍEGNA! E tomou-lhe a coroa. Nada mais justo, se a outra não era digna de se apropriar de tal incrível pedra, tal incrível adereço. Diamante não é pra qualquer uma não.

Mas a que perdeu a coroa não se abalou. Nem tentou lutar pela coroa, ela desejava outra coisa, seu coração fervia por algo que, antes dessa tomada da coroa, lhe parecia inalcançável. Eis que se dirigiu para uma princesa e seu belo acompanhante, moreno, 1,75m, que tomava catuaba poderoso e tinha músculos tão fortes que o mero ato de levantar o braço para beber o elixir da masculinidade lhe rasgava as mangas. Pois bem, a descoroada olhou bem para a cara de sua amiga e disse-lhe: INDÍEGNA! E tomou-lhe o bofe.

Após isso não preciso dizer o que aconteceu. Nenhuma princesa era digna de praticamente nada. E então 3 coisas foram banidas do reino naquela ocasião: Festas nA Torre, Diamantes e Catuaba.

Agora retornemos para 2008 e até olhemos para o futuro. Dia 14 de Junho, um sábado, todas essas coisas retornam à nossa cidade, com muito glamour, graças a um bando de jovens transgressores e muito festeiros, que estão dando o que falar. Eu mesmo já falei sobre eles aqui, já fui a um evento deles. É garantido! (ainda mais se tocar Queens of the Stone Age de novo)

Festa na Torre, aquela mesma, na rua Mourato Coelho, 569, Vila Madalena – São Paulo/SP, 23 horas. O tema da festa é Diamantes, ou Diamonds. Muito l.u.s.h.o, glamour demais. Vá você, menina moça, ainda uma flor do campo, vista sua melhor pedra, seja no anel, no brinco, na gargantilha, na tiara, no lugar do olho de vidro! Mas mostre pras suas amigas o quão DÍEGNA você é.

E vá você também, garanhão, conquistador (sotaque espanhol nesse último). Suba em seu alazão branco e não tema nada, pois não existem perigos lhe esperando. Somente um mar de Catuaba, muita gente bonita e bons momentos. Se Catuaba não for seu forte, tem o que mais o seu coração desejar.

That’s it! Festa da Beware. Essa é diferente porque o pessoal vai tocar de casal, e ouvi falar de djs gêmeas tocando. Eu não sei se agüento tanta informação, tanto... Bom, tanta diversão! O Line-up e tudo mais você vê no flyer aqui embaixo, essa coisa fina.

E, por favor, compareça!

O Diamante




O diamante é uma pedra transparente como o vidro, dura como uma rocha, reluzente como o espelho e cara como a vida. Os diamantes são fruto de milênios. Um pedra demora muito para se formar, pois a mesma é construída na base dos esquema de carbono que nós tanto desenhávamos nas aulas de química.



Um outro fato notável dessa pedra tão simétrica é a capacidade de reconhecer uma verdadeira de outra falsa. O ourives ou o agiota possuem uma técnica especial para ver valor ou não nos cacos de vidro que lhes são apresentados. Imagino que essa capacidade visual seja inata no ser humano e vai além das jóias. Ronaldo, por exemplo, carece de foco cognitivo suficiente para reconhecer uma mulher de uma não-mulher. Caras como esse só tem a perder quando querem comprar alguma coisa brilhante.



Mas o que você sabe sobre diamantes?



Diamante é arte.



Na história do cinema, poucos filmes conseguiram chegar tão longe nos significados da vida e da existência (da arte) como Congo. A película, conhecida por passar nas noites de Tela Quente e agora freqüente no Intercine, trata da disputa entre os homens e sua ganância contra a pureza rústica dos símios. O motivo de tanta crueldade e mortes violentas: os maiores diamantes que incrustam os sebos da terra.



Acho o filme formidável. Confesso que chorei como um bebê com a tela preta. O homem contra a sua espécie primeira em planos de puro verde e preto faz dessa fita uma obra de arte. A história densa e violenta ilustra a passagem de um plano inconcebível para montar uma máquina de raios lazer hiper-potente, tudo só seria possível se um Big Diamond fosse usado como prisma.



O grau de dramaturgia e interpretação que atingem os macacos nesses noventa minutos me lembraram muito o dos personagens de Antonionni e seu eterno conflito com o vazio existencial. A pequena Amy é uma prova disso, alia-se aos humanos e é socorrida pela protagonista. Amy chega a chorar, a falar e a pedir por carinho. Uma verdadeira criança sabichona no mundo dos homens – me parece muito com Maísa, a menina de ouro do SBT.



Mas se você pensa que diamante é coisa de brutos e de trilhardários, se engana. Além de ser algo complementar a qualquer vestimenta de luxo, a pedra preciosa também pode servir de custeio de amantes, periguetes, namoradas, meninës, bofes, bichas pão com ovo, e outros tipos de acompanhantes.



Como é dito pela desciclopédia, diamante tem um sentido lógico, é di(dinheiro) + amante. Dinheiro das amantes. Afinal fica feio manter aquela mina 20 anos mais nova na base da mesada neh? Dá um colarzinho, e vai pro motel. Oferece um anelzinho, e chama a amiguinha! Oooh diliça. Oooh que maravilha. O diamante abre fronteiras na moral alheia, reduz o pudor amoroso e aumenta a libido sexual.



Outro exemplo das telas é o inesquecível Titanic. Filme de gente fina, gente bonita, gente que tem mais de 2 empregadas e quatro carros em casa. Os pobres ficavam nas ratoeiras do navio enquanto a nossa Julieta cedia a rabiola para o Romeo pé rapado no banco de trás. Quanto luxo.



No filme ilustra-se o ultimo uso do diamante, o de pedra filosofal. Inicialmente era usado como arma de chantagem para fazer com que Kate casasse com o Fantasma, mas depois é usado como subterfúgio para que ouvíssemos, assistíssemos e dormíssemos por mais de 3 horas de lembranças de uma velhinha – que antes de morrer ainda joga a pepita nas águas do oceano, como se isso fosse aliviar seu amor interrompido, como se isso fosse faze-la jovem novamente, como se isso compensasse a diferença social do casal, como se isso representasse alguma coisa. Mulher burra! Dá mais uns 2 aninhos ela vai pro saco e os netinhos ficam sem herança para manipular as suas ninfetas!

Vê se pode!



Enfim, agora você pode também. My heart will go on. O seu também pode ir. Não, não estou convidado para uma rapidinha no interior do meu calhambeque, chamo para a festa do diamante. A festa da pedra mais dura e bem projetada da humanidade. Ainda vai ser na Torre, dia 14, lugar onde a mística da Lucy in the Sky ainda reina absoluta. Traremos, pois, nossas pedras tão preciosas.



Não precisa roubar a sua santa vovozinha e levar aquele manto de diamantes no colo. Hoje você encontra diamantes praticamente em qualquer lugar. Veja nos dentes dos Hip Hopers americanos, nos celulares mais admirados, em chocolates, no jogo do Megaman ou no do Sonic.



Vem que vai ser um luxXxo