Vamos começar com o caso mais recente, o chorinho do Souza no jogo Flamengo e Cienciano. Poucos sabem, mas Souza chorou de verdade durante a comemoração. O gol que ele marcou foi o seu 42º com a camisa do fla e dessa forma, ele ultrapassou Carlinho Jaboticaba (ponta direita do rubro-negro na década de 40) e tornou-se o 30º maior artilheiro da história do clube. Ao atingir essa marca, Souza ficou bastante emocionado, foi às lágrimas e utilizou os punhos fechados para enxugar os olhos. E a imprensa marrom disse que foi deboche ao time do Botafogo.
Outro que vem tendo suas comemorações interpretadas de forma equivocada é Robinho. O craque do Real Madrid, toda vez que marca um gol, chupa o dedão. Dizem que se trata de uma homenagem a filhinha que acabou de nascer. Mentira! Na verdade, Robinho é garoto propaganda de uma marca de sorvetes da Espanha, e ele recebe um farto cachê para comemorar seus gols simulando a ingestão de um picolé. Sempre bem humorado, o ex-craque santista comentou o fato em uma entrevista ao jornal Marca: “... no começo eles queriam que eu chupasse um sorvete de verdade mesmo! Mas num tava dando certo, o picolé derretia logo aos 10 minutos do primeiro tempo e minha cueca ficava toda melada e grudenta. rs. ...”.
Um caso clássico é o de Viola, que dizem ter comemorado um gol imitando um porco num jogo contra o Palmeiras, para satirizar o arqui-rival. Uma grande bobagem. Aquilo sequer foi uma comemoração. Se você assistir atento ao momento do gol, perceberá que para conseguir alcançar a bola, Viola teve que abrir demais a perna, o que lhe causou um estiramento nos ligamentos da virilha. Sem conseguir ficar em pé, só restou ao ídolo da fiel a possibilidade de engatinhar, e remoendo-se de dores, suas expressões faciais ficaram semelhantes à de um porco. Viola ainda engatinhou rápido para tentar chegar até o médico do Corinthians antes que seus companheiros viessem lhe abraçar, mas não foi bem sucedido na tentativa.
A “dancinha” que Aloísio faz quando comemora seus gols pelo São Paulo, não é uma tentativa desengonçada de dançar forró como diz a imprensa, e muito menos uma dança de veado como dizem os invejosos torcedores rivais. O atacante tricolor, na verdade, faz um importante manifesto político em suas comemorações. Intelectual e grande estudioso da cultura dos povos do oriente-médio, Aloísio defende a causa dos Curdos, uma sofrida nação que por não ter um território próprio, vive espalhada pelas terras do Iraque, Irã, Síria e Turquia, onde são perseguidos e tratados de forma injusta e cruel. Por isso, Aloísio dança o Payizoks, uma dança curda típica, para que as autoridades mundiais prestem mais atenção na triste realidade dos Curdos.
É claro que não podia faltar a comemoração de Bebeto, Romário e Mazinho, na copa de 94, quando eles balançaram os braços e fizeram o “bebezinho” ninar. Bebezinho?! Não! Por que seriam necessários três marmanjos para ninar um bebê? Aquilo tudo era uma alusão a uma brincadeira que rolava na concentração. Acontecia o seguinte: os três pegavam o Zagallo, balançavam-no daquele jeito e jogavam o velho na piscina. Apesar de não gostar da brincadeira, o então auxiliar técnico não reclamava. Mas na véspera da partida contra a Holanda, o trio de arteiros jogou Zagallo na piscina à noite e ele acabou pegando uma forte gripe. O que vimos no dia seguinte, foi apenas uma singela homenagem ao velho lobo.
PS: Aqui vale uma observação. Muitos falam do Romário, do Bebeto, do Dunga, do Taffarel e do Baggio, mas para mim, o grande herói daquela copa foi o Mazinho!